22.2.09

O fim da minha vida de vestibulanda

Já faz algum tempo que o resultado da UFSC saiu (quase dois meses), mas só nessa semana a UFMA finalmente divulgou o seu listão de aprovados. Mantive minha colocação da primeira etapa e passei em 11° lugar para Jornalismo, só para o segundo semestre porque só foram oferecidas 12 vagas para branquelos(as) que estudaram em escola particular. Enfim, já decidi que não vou fazer a minha matrícula. Por mais que um dia eu chegue a desistir da UFSC, não tenho certeza de que gostaria de fazer Jornalismo aqui e, por isso, não vou impedir alguém que quer ocupar uma das DOZE vagas. Enfim, esse resultado marca o fim da minha vida de vestibulanda. Foram cinco vestibulares (tendo feito um como treineira) e passei em quatro. O saldo foi bom no fim das contas. E todo aquele estresse valeu à pena.

p.s.: Estive meio sumida porque a internet ficou fora do ar alguns dias e minha vida tem sido bem corrida, muitas pendências para resolver.

18.2.09

Marocar, o verbo

Brasileiros de estados como o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia têm jeitos bem característicos de falar e algumas de suas gírias são conhecidas nacionalmente. Os maranhenses só têm algumas gírias regionais, mas ninguém de fora as conhece. Provalmente, isso acontece com todos os estados que não tem tanta projeção na Imprensa.

Desde que o Orkut ficou tão popular, o verbo “marocar” se tornou cada vez mais presente nas conversas entre maranhenses. Ele é sinônimo de xeretar, fuçar, futricar. O tempo todo estamos marocando o perfil de alguém. Tanto me acostumei em usar essa palavra no meu dia-a-dia que passei a usá-la também em conversas no msn, no twitter, em todo lugar. O melhor da internet é poder interagir com pessoas de diferentes lugares e logo meus amigos de outros estados passaram a me perguntar: “O que é marocar?”. Pronto, está explicado. Não esqueçam que quem gosta de marocar, é maroca.

p.s.: Na hora de falar “maroca”, imaginem um acento agudo no “o”, é uma paroxítona.

16.2.09

Meus hábitos de leitora

1. Matenho uma lista de livros lidos. Cada letra do alfabeto tem a sua página e lá anoto os nomes do livro e do autor assim que termino uma leitura.

2. Não tenho uma coleção de marcadores de página, mas queria ter. Nunca vi muitos à venda e nem tenho paciência para fazer. Sem contar que vivo perdendo...

3. Não consigo começar a ler um livro sem ter lido a costa, as orelhas e até as informações técnicas. A melhor parte é descobrir o título original.

4. Cheiro livros. Tento evitar fazer isso na livraria para não parecer tão maluca, mas não resisto quando folheio o livro que algum amigo está lendo. Sinto o cheiro, que na maioria das vezes é ótimo, e ficam me olhando de um jeito estranho...

5. Sempre carrego um livro na bolsa. Quando saio sem, sinto-me nua. Fato.

6. Tenho a mania de abrir um livro e, ao invés de lê-lo, olhar para o horizonte e pensar na vida. Livros me inspiram.

7. Escrevo meu nome em todos os meus livros. Na parte da contracapa que fica coberta pela orelha.

8. Não faço comentários pelas páginas. Não é por pena, mas porque não sinto vontade de fazê-los.

9. Quando termino um capítulo e quero pensar no que acabei de ler, fecho o livro rápido, como se estivesse com raiva dele. É involuntário.

10. Reluto um tanto em abandonar uma leitura, mas já fiz isso algumas vezes.

11. Adoro emprestar livros para que pessoas que eu gosto conheçam livros que eu gosto, mas espero que me delvovam-nos vivos, por favor.

12. Tenho só cerca de 1/3 dos livros que já li na vida e não os arrumo seguindo qualquer tipo de padrão de organização.

13. Só leio, no máximo, dois livros ao mesmo tempo e não gosto que outras pessoas leiam o exemplar que estou lendo.

14. Consigo ler em lugares com um barulho razoável.

15. Não consigo ler e comer ao mesmo tempo.

16. Não me sinto mal ao ler dentro de carros e ônibus e nem acho que vou deslocar minha retina. Mas não consigo ler em aviões, prefiro dormir.

17. Adoro ler revistas e jornais. Adoro o cheiro do jornal também.

18. Não consigo ler no computador. Acabaria caindo na tentação de falar no msn, ver se tem scrap novo no orkut...

19. Gosto de ler trechos em voz alta ou de sussurrá-los.

20. Na maioria das vezes, esqueço de marcar a página em que parei a leitura e passo alguns minutos tentando achar o parágrafo em que parei.

21. Leio várias vezes o mesmo parágrafo até ter certeza de que entendi tudo.

22. Sempre procuro palavras desconhecidas no dicionário. Na maioria das vezes, fico com aquela palavra na cabeça e não consigo me concentrar até saber o que ela significa.

23. Nunca fui à biblioteca da minha cidade, apesar de saber onde é e morrer de vontade de conhecer.

24. Adoro escrever resenhas sobre os livros que li. Minha professora de redação me incentivava muito a fazer isso.

25. Leio em aulas chatas, enquanto esperava me buscarem na escola, no ônibus (ver item 16),... quando tenho a chance, pego o meu livro e começo a ler.

26. Quando entro em uma livraria, olho todos os livros possíveis e adoro passar a mão pelas lombadas deles.

27. Quando leio, acompanho as palavras com o dedo, senão me perco na leitura.

p.s.: Peguei essa ideia daqui e daqui.
p.p.s.: O post ficou enorme, mas nem ligo.

13.2.09

Porquê eu gosto tanto de livrarias

“O amargo do cappuccino tem algo escondido para conquistar o gosto de tantas pessoas. Essa mistura de café e chocolate que eu prefiro nem saber como é feita (prefiro a minha visão psedoidealizada) me deixa curiosa, chama a minha atenção e me faz ser dominada pela gula quando passo por lanchonetes que vendem café expresso.”

Tive a tarde livre num shopping e resolvi conhecer a lanchonete charmosinha que abriu recentemente. Pedi um capuccino e quatro pães de queijo. Só me dei conta da besteira que tinha feito quando sentei à mesa. O relógio apontava três horas da tarde e o tempo estava quente, quentíssimo, como sempre. Eu já estava com calor e ainda ia tomar uma bebida quente! Mas valeu à pena. Logo o sol abrandou e comecei a sentir um ventinho gostoso. Senti a perfeição do momento e escrevi algumas linhas na minha agenda. Não vejo muitas pessoas sozinhas gastando tempo livre enquanto tomam café, mas tinha um rapaz perto da minha mesa que ficou lá bem mais tempo que eu. Só não sei o que ele estava fazendo. Eu estava usando meus óculos, mas não sou assim tão curiosa.

Pouco depois, dei a minha primeira passada na livraria. Passei o olho por todas as estantes possíveis – até por aquelas com livros sobre engenharia. Fiquei interessada nas versões pocket de O Perfume (Patrick Süskind) e Paula (Isabel Allende), mas fui embora. Depois de bater perna, me apaixonar por uns óculos de grau caríssimos, senti uma vontade imensa de comprar um daqueles livros. Essa vontade foi mais forte que eu e voltei à livraria. Peguei Paula da estante e estava na fila do Caixa quando descobri que ali vendia envelope roxo (procurei em todas as papelarias do shopping e não encontrei em nenhuma delas). Peguei cinco e antes que eu pensasse em voltar para a fila, um homem olhou o livro que eu estava comprando e perguntou “Você gosta de Literatura?”. Respondi com um “sim” tímido e ele se apresentou. Era o produtor e apresentador de um programa sobre literatura de uma rádio local e, assim do nada, perguntou se eu não gostaria de ser entrevistada. Acho que não teria muito o que falar, mesmo durante poucos minutos. Nem sei se vou mesmo ser entrevistada, mas ele disse que ia me procurar no orkut. Depois de um acontecimento tão inusitado, peguei O Perfume e paguei tudo.

11.2.09

Meu cabelo meio encanecido

Já faz algum tempo que cabelos brancos começaram a surgir na minha cabeleira castanha. No início, eles eram pouquíssimos e bem fáceis de esconder. Ainda assim, eu os arrancava. Afinal, eu tinha uns catorze anos e não podia conviver com eles! Não acreditava no senso comum quando ele diz que se você arranca um, nascem dois ou mais fios brancos no lugar. Nem acredito agora. Mesmo que tenham se multiplicado, eles apareceram em todos os locais possíveis e não acredito que a causa seja aqueles primeiros que eu vivia arrancando.

Meu cabelo daqui a uns dois anos

Com o tempo, as pessoas começaram a reparar no meu cabelo precocemente grisalho e, pior, passaram a comentar também. Não que eu me incomodasse tanto em ter esses fios brancos, mas os comentários eram bem frequentes. Era bem chato quando me perguntavam por que eu não pintava. Tenho só 17 anos, não vou virar escrava de salão de beleza assim tão cedo!

No mês passado, fui ao dermatologista e aproveitei para perguntar se eu ainda podia fazer algo para voltar a ter só cabelos marrons. Infelizmente, ele disse que não havia soluções para esse probleminha. Também sugeriu que eu adiasse pintar o quanto eu pudesse e é claro que vou seguir o conselho. Hoje, sou bem conformada em ter herdado os cabelos precoces de mamãe - que começou a pintá-los antes dos trinta anos. E, se alguém me perguntar de novo por que não pinto, responderei com orgulho: É meu charme.

p.s.: Encanecido é sinônimo de branco, envelhecido.

7.2.09

Sou assim tão má?

Não é que eu fique me julgando o tempo todo, mas talvez eu não seja uma pessoa tão boa. Praticar boas ações não é uma das minhas metas para 2009 e talvez nem seja uma das minhas metas de vida. Por que estou dizendo isso?

Há uma ou duas semanas, algumas pessoas começaram a ligar para a minha casa pedindo informações sobre manutenção de equipamentos de refrigeração e essas ligações ficaram bem frequentes. Até que um homem contou que tinham distribuído panfletos que ofereciam esses serviços e continham o número daqui! Minha mãe, minha irmã, todas ficamos bem chateadas com essa situação e falávamos “Não, você ligou errado” diversas vezes numa mesma manhã. Com o tempo, as ligações foram ficando mais espaçadas, pararam de incomodar tanto e nem falávamos mais sobre esse assunto.

Mas na tarde da última quinta-feira, o telefone tocou. Atendi. Consegues adivinhar quem era? O dono do negócio de manutenção dos tais equipamentos! Ele me contou a sua história de vida: que os panfletos saíram errado e ele só percebeu depois, que imaginava o transtorno que tinha nos causado e que tinha gastado muito dinheiro com a impressão e tudo mais. De repente...

- Você não quer anotar o meu número e dar para os clientes quando eles ligarem?
- Claro que não!
- Você não pode fazer isso por mim? As pessoas vão ligar muito...
- Não, não posso.
- Você não quer nem anotar meu número?
- Não!!!

Quando contei a história para mamãe, ela ficou cheia de pena do homem e disse que eu deveria ter feito essa boa ação! Que, no futuro, posso precisar de alguém e blábláblá. Acontece que o homem ligou de novo e minha irmã anotou o número correto. Parei para pensar e cheguei a uma dúvida. Quase não ligam mais para cá querendo falar sobre equipamentos de refrigeração. O homem disse que a tiragem de panfletos foi muito grande e que gastou dois mil reais com isso. Será que ele planeja continuar a distribuir a propaganda com o número errado, forçando a minha família inteira trabalhar como telefonista sem ganharmos nada? Porque eu nem me importo tanto de uma vez ao mês dar um número para alguém que tem o ar-condicionado com problemas, mas se tiver que fazer sempre... Ai ai ai.

5.2.09

Ele sempre para para falar comigo

Quando ouvi as primeiras notícias que anunciavam a reforma ortográfica da Língua Portuguesa, fiquei curiosa. Quando descobri que perderia o meu querido trema e alguns dos acentos que deixavam algumas palavras mais charmosas, fiquei um tanto chateada.

Sempre gostei muito da nossa língua - quando bem falada e bem escrita, é claro - e o seu ponto forte é a ortografia. Línguas como espanhol, inglês e frânces ficam mais bonitas quando são faladas. Já o português, fica bem mais charmoso no papel. Toda vez que termino um texto - principalmente se o escrevi no computador - fico admirando a beleza das nossas palavras. O trema e os acentos são como a maquiagem e as palavras são como as mulheres. Conseguimos viver sem nossos cosméticos, mas ficamos ainda mais bonitas com eles.

De início, ignorei a reforma. Cheguei a cogitar a ideia de usar trema e acentos diferencias para sempre, já que o avô da minha ex-professora de Redação escreveu "pharmácia" até os seus últimos dias. Nesse ano, vi que as revistas, os jornais e até os sites de notícias já estão seguindo as novas regras. Pensei melhor e decidi largar de ser birrenta. Ninguém consultou a população sobre o acordo ortográfico, mas ele já foi assinado, não tem para onde correr. O mínimo que eu posso - e vou - fazer é começar o meu curso de Jornalismo já escrevendo o "novo" português corretamente. Mesmo sabendo que vou ter problemas com a regrinha do hífen por um bom tempo!

3.2.09

O que você anda lendo?

Enquanto estava em um desses sites sobre livros que frequento, descobri o Skoob. O nome é "books" ao contrário e é um site que pretende reunir pessoas que têm o hábito da leitura. Assim que entrei lá pela primeira vez, me cadastrei. Não dei muita bola e só adicionei alguns livros. Ontem, típica tarde entediante de férias, lembrei dele e adicionei muitos outros livros na minha estante e fiquei viciada. Também estou cadastrada no Shelfari, mas esse site é em inglês. Além de não gostar do visual de lá, não encontro literatura brasileira. Prefiro o meu mais novo vício.

No Skoob, você adiciona na estante não apenas os livros que você já leu, mas aqueles que vai ler, que abandonou, que está relendo e os que está lendo. Depois, você pode dar estrelas, escrever uma resenha sobre o livro e comentar na resenha dos outros! Além disso, ainda pode classificá-los como favoritos ou desejados e marcar que emprestou algum exemplar para alguém.

Meu perfil (No começo, adicionar todos os livros lidos é meio chatinho, mas ficar só atualizando depois é bem legal!)

A melhor parte do site é o Histórico de Leitura. A cada atualização, você diz a página que parou de ler e o site mostra em porcentagem o quanto você já avançou na leitura! Você também pode fazer comentários e atribuir notas.

Para quem gostou da minha propaganda, se cadastrou e quer me adicionar ou para quem quer apenar dar uma olhada na minha estante, o link do meu perfil está aqui. Recomendo para todo mundo que quiser gastar parte do seu tempo livre trocando ideias sobre livros!

1.2.09

A prima

- Tia, você não está me achando gordinha?

Não contei quantas vezes ouvi essa pergunta durante as semanas que minha prima do Amapá passou aqui, mas foram muitas. Minha família por parte de mãe só tem mulher, falo sério. Vovó teve seis filhas, oito netas e já tem duas bisnetas. Das sete netas (prefiro me manter fora da análise), todas são bonitas. Algumas têm o corpo mais bonito, outras menos. Uma é magra e alta demais, duas engordam muito fácil, outra sonha em colocar silicone e outras duas são baixinhas. Sobrou uma: a que ficou hospedada na minha casa. Sabe aquelas meninas magras que tem o corpo tipo violão e podem comer tudo sem ganhar peso fácil? É ela.

Todas as vezes em que ela estava se arrumando para sair, dava um jeito de comentar que estava comendo muito e precisava urgentemente voltar a malhar. Em seguida, alguém falava que ela tinha um corpo perfeito e não precisava fazer nada! Minha prima ainda retrucava, dizendo que a “barriguinha” que ela tinha a incomodava. O alguém ainda continuava, dizia que ela não tinha barriga nenhuma.

Esse diálogo forçado não passava de uma tentativa de levantar a auto-estima dela. Apesar de ter o corpo todo bonitinho, talvez ela não aceite o cabelo (que ela precisa alisar) ou se incomode demais com as manchinhas que tem nos ombros, rosto e pernas. Percebi que ela tem essa necessidade de se reafirmar sendo bajulada. Quando estava pronta para sair, perguntava se estava bonita. Eu concordava discretamente para não desapontá-la, mas alguns soltavam elogios forçados que a deixavam radiante. Receber um elogio espontâneo quando você passa pela sala para beber água é bem mais gratificante, tomara que ela descubra isso logo.