29.2.08

Pequeno incidente

Depois que o moço me buscou hoje na escola, foi buscar um menino em um colégio do outro lado da cidade. A frente do colégio foi mal projetada e sempre fica engarrafado na hora da saída. Por isso, o moço parou o carro na mão rua oposta á escola. Deixou a chave lá e me deixou sozinha. Enquanto eu pensava no quanto eu estava com sono e que não poderia dormir quando chegasse em casa, dois homens desconhecidos entraram no carro. Um deles sentou-se ao meu lado (eu tava no banco do passageiro) e o outro, no banco de trás. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, o homem ao meu lado deu a partida. O que estava atrás me mandou ficar quieta. Ordem desnecessária já que eu havia entrado em pânico e não conseguia emitir som algum.
Eles me levaram para uma parte quieta do bairro e me mandaram entregar meu celular a eles e, em seguida, sair do carro. Então eu fiquei lá e, depois que consegui raciocinar, procurei a avenida principal daquele bairro e liguei a cobrar para mamãe de um orelhão.

Tá, isso não aconteceu. Mas poderia ter acontecido, certo? Tudo bem que São Luís ainda não está tão perigosa assim, mas nunca se sabe.

26.2.08

Caro passado,

Volto a te escrever porque preciso externar meus pensamentos. Talvez por causa da minha velha amiga carência tenho pensado bastante em ti nesses dias.

Tudo possui algum detalhe que me faz lembrar de algo que vivemos. Eu estava acostumada a te ver constantemente e, por mais que não tenhamos nos falado direito em grande parte desses três anos nos quais "convivemos", sinto falta de saber que estás perto de mim. Até mesmo o tema religião me faz lembrar algum momento nosso. Para ser mais exata, quando passamos pela igreja que eu frequentava e tu fizeste o sinal da cruz. Antes disso, nem sabia que és religioso.

Acho-te em todos os homens que vejo sem nem ao menos te procurar neles. E o pior de tudo é que penso em ti, calada. Sempre tive dificuldade em demonstrar minhas fraquezas e talvez seja por isso que não fale de ti para ninguém.

Não é que tenha me arrependido do que fiz (ou do que não fiz), mas acho que estou passando por um momento propício a sentir saudades. Só espero que esse momento seja breve.

Por enquanto, não estou disposta a reconhecer que me apaixonei por ti quando foste embora. Prefiro pensar que quero te ver outra vez.


Luisa Pinheiro

p.s.: Assim como a história de Rosinha, essa carta pode ser verídica. Ou até mesmo uma mistura de realidade com ficção.

24.2.08

O Cravo e a Rosa

(Parte III - 1980)

Apesar da pouca altura, Fábio era um excelente jogador de handball e estava no time principal do seu colégio. Ele e Rosinha já namoravam há dois anos e haviam chegado àquela fase na qual meninas estão mais maduras que os meninos.

Rosinha sempre assistia aos jogos de Fábio. Constantemente ia a estádios depois da aula para torcer por seu namorado. Então é claro que a menina estava lá quando ele disputava um importante jogo para o JEM's. Só que o time dele acabou perdendo e, assim que ele saiu da quadra, Rosinha correu até ele para confortá-lo.

- Fábio, vocês perderam esse jogo, mas no próximo vocês podem recuperar... - Rosinha disse quando chegou perto do namorado.
- Rosinha... me deixa - foi o que Fábio disse sem nem olhar para a menina de quem tanto gostava.

Em seguida, ele se virou e caminhou até o vestiário. Rosinha permaneceu no mesmo lugar, na mesma posição. Ela, que estava preocupada de verdade e que tentara amenizar a raiva que o menino sentia, havia sido rejeitada de tal forma que nunca esqueceria desse episódio.

A minúscula frase que Fábio falou foi o principal motivo que fez Rosinha terminar o namoro alguns dias depois. Coisa ruim sempre atrai coisa ruim e, depois dessa, foram surgindo várias outras razões para o fim do relacionamento deles.

Passado algum tempo, Fábio descobriu que Rosinha estava namorando com outro Fábio. Um Fábio que tinha dezessete anos. O pequeno Fábio, que tinha a mesma idade que Rosinha, catorze anos, sentiu-se completamente traído e lembraria disso com desgosto para sempre.

22.2.08

Pareço criancinha

(Título claramente plagiado da Jana)

Desde a terceira série (quando minha irmã estava na quinta, mudou de colégio e sua aula passou a terminar mais tarde que a minha), eu espero muito tempo no colégio. Lembro até que na quarta série, levava dois lanches para a escola (minha última lancheira foi da Princesa Xena): um para o recreio e outro para a hora da saída. Quando mudei para o colégio no qual minha irmã já estudava, ia embora no horário certo até a sétima série quando ela chegou ao maldito Ensino Médio. Passei a esperá-la durante quarenta e cinco minutos. Quando eu cheguei ao primeiro ano, ela já estava no terceiro e a aula dela terminava um horário mais tarde que a minha, como sempre.

No ano passado, fiquei eufórica porque minha irmã havia terminado a escola em 2006. Enfim chegaria em casa cedo, até passei a estudar de manhã. Mas é claro que o cara que me leva para a escola (eu ainda vou de transporte escolar, tá?) não podia me buscar no horário que minha aula terminava e eu esperava de quarenta minutos a uma hora. Esse ano, combinamos com o cara que ele tinha que me buscar exatamente no horário que eu saía porque, sabe como é, né, eu não posso ficar perdendo tempo assim na escola já que eu chego em casa para sair logo depois para outra aula. Nos dois primeiros dias, o “motorista” cumpriu o combinado. Pena que só nos dois primeiros dias.

Tudo o que eu queria era chegar pouco depois de 13 horas em casa e almoçar/me arrumar rapidinho enquanto assisto Jornal Hoje já que sou tiete do Evaristo Costa (isso nos dias que não tenho aula à tarde na escola, claro. Nesses dias nem almoço em casa). Isso acontece porque eu moro meio longe da escola e, se eu voltasse de ônibus, demoraria na viagem o mesmo tempo que fico lá na escola esperando. Fato que é bem triste já que a maioria das pessoas que estudam comigo moram muito perto do colégio.

Finalmente, mamãe fechou negócio ontem e ainda nesse semestre, eu espero, estaremos nos mudando para um apartamento que fica a umas cinco quadras no máximo da minha escola. O bom de ter ficado todo esse tempo esperando é que eu nem vou reclamar quando tiver que andar no sol quente para voltar para casa. Quem sabe eu até pego uma corzinha.

p.s.: Hoje me esqueceram na escola e cheguei em casa às 14 horas! Detalhe: o sol tava muito forte e eu quase morri lacrimejando por causa da claridade exagerada.
p.p.s.: Finalmente tirei minha verruga. Tô doida para voltar no meu dermatologista e olhar aqueles olhos verdes.

17.2.08

Camarão da Malásia foge de Rosário e vai parar no lago de Penalva

Pode parecer coisa de doido, mas é verdade. Do nada, alguém que não tinha o que fazer resolveu criar camarões da Malásia em Rosário. Pior que a pessoa nem cuidou direito já que os camarões fugiram. Vocês já tinham ouvido falar de camarões fugitivos? Porque eu não!

Para quem não sabe, essas duas cidades citadas são interiores daqui do Maranhão, sendo que meu pai trabalha em Penalva. Ontem ele veio me visitar e apareceu com um kilo desses tais camarões. Como sempre, ele não lembrou que eu não como esses seres. Sorte da minha irmã que come até pedra.

Para vocês terem uma idéia, cinco camarões dão um kilo e eles parecem lagostas! Além de serem super estranhos já que têm as patas (que mais parecem garras cheias de espinhos) azuis!

p.s.: Não deu pra tirar minha verruga ontem. Só amanhã!

15.2.08

Sobre lixo e vizinhos

* Hoje minha escola recebeu uma palestra sobre Coleta Seletiva de Lixo. Finalmente meu colégio começou a evoluir e agora podemos encontrar lá aqueles lixeiros de cores diferentes para metal, plástico e papel. Não entendi porque cargas d'água a palestra reuniu alunos da quinta série ao terceiro ano (minha série). Claramente temos um nível de pensamento bem mais alto que aquelas pessoas de 10/11 anos que fizeram com que a palestra tivesse um nível baixo. Além de ficar ouvindo o que já venho escutando há muuito tempo, notei que os slides e os folhetos estavam recheados de erros de português. Era incrível porque as fotos eram ótimas (o fotógrafo era todo indie, por sinal) e o design dos folhetos também, mas o português correto que é bom ninguém sabia.

* Essa semana, exercitei minha timidez e bati na porta do vizinho da frente para perguntar o número do transporte que o leva ao colégio (sim, eu ainda vou de transporte escolar). Detalhe: só sei o nome da irmã do menino. Atravessei a rua, toquei o interfone e ouvi a voz de um homem:
Voz: Quem é?
Eu: A Fulana tá aí?
Voz: Não, ela saiu.
Eu: Ah, aqui é a vizinha da frente e eu queria saber o número do transporte que leva o irmão dela pro colégio.
Voz: Aqui é ele. Tenho o celular, serve?
Eu: Aham.
Voz: Peraí que eu vou pegar.
Resultado: aquele garoto que eu costumava olhar de cueca pela rua, já tá maior que eu e faz primeiro ano. Descobri que sou só dois anos mais velha que ele. Mas não tive coragem de perguntar o seu nome.

* Amanhã vou ter mais coisas interessantes para contar já que vou tirar minha verruga do queixo (tinha até dado nome para ela: Keka) e vou começar o meu inglês. Agora vai ser sábado porque minha agenda anda tãão livre ultimamente, sabe...

p.s.: Acabei de cortar minha franjinha, tô me achando. Depois (que eu tirar), posto fotos no flickr!

9.2.08

O Cravo e a Rosa

(Parte II - 1978)


Uma semana antes do dia dos namorados, uma pequena livraria chamou a atenção de Rosinha que voltava da aula acompanhada de sua irmã, a que tinha a idade mais próxima da sua. Apesar da farda desconfortável e do sapato apertado herdado de uma das irmãs mais velhas, Rosinha era a caçula, resolveu parar e entrar. Ana Lourdes sentiu a falta da irmã ao seu lado e entrou na livraria atrás desta, falando:

- Rosinha, o que tu tá fazendo aí? A gente vai acabar se atrasando pro almoço e mamãe vai brigar!
- Luda, espera um pouco. Tô só olhando esses cartões.
- Não importa, vou logo andando. Depois você me alcança. – disse Luda, impaciente, saindo da livraria em seguida.

Rosinha não se abalou com a grosseria habitual de Luda e continuou olhando os cartões com poesias famosas. O que mais lhe agradou foi o Soneto da Fidelidade de Vinícius de Moraes. Então pagou pelo cartão e saiu correndo atrás de Luda para alcançá-la.

[...]

No dia dos namorados, Rosinha tinha combinado de se encontrar com Fábio na frente da casa dele. Foi para lá que ela foi após tomar banho depois da escola e pôr um dos seus vestidinhos mais bonitos. Ela já tinha doze anos, mas ainda possuía aquela beleza infantil.
Na metade do caminho até a casa de Fábio, viu que ele estava encostado no muro da frente, esperando-a. Seus batimentos cardíacos se apressaram e ela ficou visivelmente nervosa. Parou, respirou fundo e seguiu em frente.

Ao olhar Rosinha, Fábio sorriu e, assim que ela chegou suficientemente perto, falou:

- Rosinha, vamo entrar que teu presente tá lá dentro.

Rosinha não disse uma palavra, apenas consentiu com a cabeça. Fábio a conduziu para seu quarto e, quando eles entraram lá, disse que Rosinha estava linda, deixando-a tão vermelha quanto às florzinhas que estampavam seu vestido.

- Esse aqui é teu presente – disse Fábio, pegando um pequeno embrulho e entregando à menina.

Quando Rosinha segurou o presente, estava morrendo de curiosidade para ver o que tinha dentro e abriu rapidamente o pacote. Dentro da caixinha, encontrou duas entradas para aquela noite de Grease: nos Tempos da Brilhantina. Seus olhos verdes brilharam mais que o normal e Rosinha ficou radiante.

- Fábio! Eu tava querendo muito ir assistir esse filme! – disse, abraçando-o em seguida – Ah! Quase ia me esquecendo! Quando olhei isso aqui, achei a tua cara! – completou, tirando o cartão do bolso do vestido.

O garoto pegou o cartão e sentou em sua cama. Rosinha sentou ao seu lado e, juntos, leram o poema.

Soneto da Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Quando Fábio terminou de ler, Rosinha já havia levantado o rosto e o olhava apaixonada. Ele se incomodou um pouco com aqueles olhos tão expressivos olhando diretamente para os seus, pensou no quanto amava aquela menina e no quão agradável era sua companhia. Antes que percebesse, seu rosto já se aproximava do dela e antes que entendessem o que estava acontecendo, beijaram-se. Encostaram suas bocas uma na outra e assim permaneceram durante alguns segundos. Ao se afastarem, ambos estavam ruborizados e não disseram uma palavra sequer até chegarem ao cinema Monte Castelo.

8.2.08

Então as aulas começaram...

... e agora sou uma vestibulanda oficial!

Tudo começou quando eu estava indo toda feliz e saltitante para o meu último primeiro dia de aula na escola. Assim que entrei no carro (quem me leva é tipo um transporte escolar; o homem é amigo da minha mãe), o ''motorista'' me perguntou se eu tinha passado no vestibular (aquele tipo de pergunta que você já sabe a resposta). Depois ele perguntou se eu queria jornalismo de fato. Quando eu disse que sim mas que ia pro sul, ele começou um discurso sobre jornalismo não dar dinheiro. No máximo, quando a pessoa montava uma ''escuta'' (ele quis dizer assessoria de imprensa) que estava ligada ao governo. Foram uns quinze minutos com ele tentando me fazer desistir do meu sonho. Eu nem fiquei com raiva, imagina. Mas, eu sei, não posso dar ouvidos àqueles que chamam assessoria de imprensa de ''escuta''. Ao menos quando cheguei na minha sala de aula, descobri que as cadeiras são estofadas e que até montaram um tablado para os professores já que a nossa sala suporta 56 alunos (antes mal cabia 40!).

Logo no primeiro dia, todos os diretores e coordenadores possíveis subiram no tablado e deram um discursinho sobre vestibular e motivação. Tudo isso porque o terceiro ano do passado foi o pior dos últimos onze anos do colégio (talvez até de todos os anos!), quase ninguém passou para a federal e o outdoor da escola deve ficar vazio, vazio. Ah, também tivemos onze horários.

Também no primeiro dia, fui marcada por um dos professores de matemática só porque eu disse que ele não podia generalizar quando dizia que pessoas da área de humanas não gostavam de matemática. Afinal, eu adoro. Ele entendeu que eu disse que as pessoas não tinham que gostar de matemática e física para fazer engenharia e passou pelo menos meia hora discursando sobre o assunto. Agora toda vez que alguém generaliza algo, o povo zoa comigo. Depois da aula à tarde (que termina 19 horas!) do primeiro dia, estava conversando com algumas meninas no portão.

Menina 1: Parece que ainda tem duas novatas pra entrar lá na sala.
Menina 2: Hoje só entrou aquela, né?
Eu: Duh, Menina 2, ela não entrou hoje, foi na aula de ontem!
Claro que eu tinha que começar o ano assim: tão esperta!

6.2.08

Ignorância

do Lat. ignorantia
s. f., estado de quem ignora;
falta de saber, de ciência;
desconhecimento; imperícia.

Odeio quem confunde ignorância com grosseria. ''Não precisava vir com ignorância já que você é uma pessoa tão culta.'' Frase mais cheia de contradição, impossível. Pior que tenho uma amiga que eu vivo cortando (involuntariamente) e ela fica me chamando de ignorante. A gente acaba brigando mais porque eu digo que ignorante é uma pessoa burra e e ela diz que usou no ''sentido de pessoa grossa''. Sendo que esse sentido não existe. Vamos conhecer direito nossas palavras, minha gente.

O Cravo e a Rosa

(Parte I - 1976)

No meio de uma Raimundo Correia movimentada com várias pessoas na calçada, destaca-se uma menina de dez anos que sobe a rua com seus passos tímidos e olhos curiosos que passeiam desde um filhote de cachorro cochilando na sombra até às pessoas que saem da igreja. Ela caminha até uma casa não muito distante da sua e seus cabelos castanhos não muito claros fazem com que seus belíssimos olhos verdes com riscos amarelos sejam a parte do seu rosto que mais chama atenção.

Ao chegar ao seu destino, a esguia menina põe-se a gritar:

- Melissa! Melissa!

Sem resposta, continua a chamar a amiga até que uma mulher de cerca de trinta anos aparece na janela e diz:

- Rosinha, pode entrar! O portão tá aberto.

Então Rosinha puxa o ferrolho do portão, passa pena pequena garagem e entra naquela casa simples. Na sala, vê que a mulher mistura a massa de um bolo e percebe que um homem lê sentado em uma cadeira de balanço.

- Boa tarde, Dona Zezé. Como vai, Seu Enerval? – diz, envergonhada.
- Oi minha filha! Como vai a Dona Rita? – pergunta Seu Enerval, levantando os olhos do livro.
- Mamãe vai bem. Agradeceu o pedaço de bolo que a senhora mandou, Dona Zezé – responde a menina, perdendo um pouco a timidez.
- Diz pra ela que depois eu dou a receita se ela quiser. Ah! Melissa tá no quarto terminando de se vestir. Pode ir lá!
- Tá bom – fala Rosinha, dirigindo-se ao quarto da amiga.

No meio do corredor, percebe que Fábio, irmão um ano mais velho de Melissa, está saindo do banheiro e enrubesce instantaneamente.

- Rosinha, não sabia que tu vinha aqui hoje! – diz Fábio, demonstrando alegria.

Um pequeno tempo de silêncio, que parecia enorme para as crianças, instala-se entre eles, até que Rosinha diz:

- Quando a gente for brincar, eu te chamo, tá?
- Tá certo – respondeu Fábio, indo para o seu quarto sem desgrudar os olhos da bela menina.

Antes de abrir a porta do quarto da amiga, Rosinha vira-se e sorri para o garoto que também possui lindos olhos esverdeados. Ela sorri mostrando seus dentes perfeitamente alinhados que Fábio ama assim como a qualquer parte de Rosinha.

(Continua na próxima inspiração... )

4.2.08

Devaneios de carnaval

É tão estranho ver que carnaval já não tem significado algum para mim. Vi partes dos desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo. Acho tudo muito lindo, um verdadeiro espetáculo. Mas aquilo não tem cara de carnaval já que essa cultura de escola de samba é meio fraca aqui em São Luís. Mas o que é o carnaval aqui? Quando eu tinha uns treze anos, o bloco de rua tava em alta e todos iam para um tal de .com(ponto com), mas eu nem sei mais se ele ainda existe. Ouvi falar de alguns bailes, não fui ao festival de música carnavalesca (até senti uma ponta de vontade de ir porque as marchinhas que o JM TV mostrou pareceram razoáveis) e tem o bloco Bicho Terra que faz muito sucesso (só não sei como as crianças não têm medo daquelas fantasias).

Melhor parar de enrolar e dizer que, na verdade, não gosto do carnaval daqui. Nem sei se gosto desse alvoroço todo do carnaval. Sei que as pessoas têm gostos diferentes mas acho estranho ver pessoas que convivem comigo saindo e se divertindo nessas tais festas carnavalescas. Minha mãe, por exemplo, desfilou numa escola de samba (Flor do Samba). Acho isso legal por mais que eu nunca teria coragem de usar aquela fantasia (ela nem me deixou fotografá-la). E o mais estranho de tudo é que eu tenho vontade de ir, algum dia, ao carnaval de Salvador. Não sei se é minha metade baiana me chamando ou se eu sou louca mesmo, mas consigo me imaginar no bloco da Ivete ou da Cláudia Leite (que anda cada vez mais famosa, já perceberam?).

Quando eu era mais nova, ia sempre a um baile do clube. Eu achava super divertido ficar dançando com minha irmã aquelas músicas antiiiigas e jogando confete e serpentina nas outras crianças. Tenho algumas fotos catando confete do chão para jogar de novo nas pessoas. E ainda tinha a festa da escola! Quando penso em carnaval, só me lembro de uma vez que eu e a maioria das minhas amigas fomos fantasiadas de havaiana. A infância é realmente bonita. Pena que eu não me lembro de quase nada da minha. Tenho uma péssima memória.

Então, quem sabe um dia eu ainda não escrevo um post contando como foi o carnaval em Salvador (e digo também quantas pisadas eu levei no pé!). Enquanto isso, fico em casa lendo, assistindo televisão, no computador e limpando as fezes do meu cachorro. Ou seja, aproveitando meus últimos dias de férias já que meu terceiro ano começa na quinta.

3.2.08

Não me aguentei

e vim postar pra estreiar o meu novo template que a Alice me deu de presente. Eu a-d-o-r-e-i. Essa mulher, pra quem não sabe, é a atriz Lauren Grahan que atuou no seriado Gilmore Girls e tem feito umas participações em filmes (como em A Volta do Todo Poderoso).

Aproveito que vim postar sem assunto e digo que passei na primeira etapa da UFMA pra Jornalismo. Ainda não é definitivo já que falta a segunda fase que acontece no próximo domingo (daqui a uma semana!). Tô querendo passar, por mais que o único beneficiado nessa história seja o meu colégio que terá mais um nome para por no outdoor da escola (já que eu tô fazendo o vestibular como treineira).

2.2.08

Caro passado,

Não sei porque tentas voltar a ser presente. Tu insistes em um papel que beira o ridículo! Nunca te disseram que certas coisas não mudam? Tu és uma delas. Não que algum passado não possa voltar a ser presente e, quizá, futuro. Pena que você, em especial, não se enquadra nessa excessão.

Aceite minhas vagas explicações e minhas desculpas que podem até ser consideradas bobas. Admito que não gastei meu tempo afim de bolar algo convincente. Tento não ser assim tão grossa mas não peça que eu te diga que eu não te quero, pois eu o direi diretamente. Nesse aspecto, sou sincera.

Tudo realmente têm hora para acabar e, às vezes, as coisas acabam antes do tempo que prevíamos. Tu não foste o único que te surpreendestes. Da mesma forma que ficaste surpreso ao notar que tinhas virado passado, espantei-me quando te transformei nele. Digamos que não foi uma transformação completamente voluntária, mas fiquei satisfeita no final.

Não guardo rancor de ti, querido Passado. Lembrarei sempre de você com carinho e sem o monstro do arrependimento aterrorizando meus pensamentos. Foi melhor assim. Antes que sentíssemos o mesmo que Machado de Assis quando este escreveu: "O poeta que disse que a saudade é um pungir delicioso, não consultou meu coração."

Luisa Pinheiro

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1. Pegue no livro mais próximo, com mais de 161 páginas.
2. Abra o livro na página 161.
3. Na referida página procure a 5.ª frase completa.
4. Transcreva na íntegra para o seu blog a frase encontrada.

"Depois de trabalhar em escritórios de arquitetura paulistanos, entre eles o de Hector Vigliecca e de Bruno Padovano, Nagib Orro decidiu produzir por conta própria pequenos objetos de madeira e de metal."(Design Brasileiro, quem fez quem faz - Ethel Leon)

5. Passe o desafio a cinco blogs.

(Foi uma luta achar algum livro aqui no quarto da minha irmã que cursa design e arquitetura. Por todo lado, só tem material de fazer chaveiros e imãs de papel EVA que ela faz. Foi a Mih quem realizou meu ''sonho'', já que eu sempre quis fazer isso, haha.)