31.10.10

O mito da oficina de texto

Tudo o que eu não queria era entitular um post com "mito" depois de passar umas três noites dessa semana com um texto sobre mitologia do Roland Barthes pra teoria da comunicação. Ok...
Quando você entra na faculdade de jornalismo e percebe que existe uma disciplina de redação para cada semestre, você acha que vai aprender a escrever direito. O professor do primeiro semestre tinha acabado de voltar do doutorado e se espantou como os alunos estavam mais burros (a metáfora das orelhas é famosa: somos tão burros que as orelhas arrastam no chão) e acabou pegando leve com a gente. O segundo só queria saber de um jornalzinho-laboratório. Foi aí que comecei a aprender a diagramar. O terceiro ficava falando sobre como brasileiro não lê manual de instrução (mas eu - na verdade, ele falava em terceira pessoa -, eu leio, tchê). O atual era a nossa promessa e última chance de aprender pelo menos o básico já que a partir da quinta fase a gente já começa a ver jornalismo pra revista e nada. O semestre passou voando e já estamos planejando o jornal-laboratório Quatro.

Por esses dias caiu a imagem que eu tinha da faculdade como oficina de texto. A utopia de escrever vários notícias por semana e lapidar a escrita é só utopia mesmo. Já entendi que vou sempre aprender como melhorar meu texto, mas rola aquele medo de achar que estou fazendo tudo muito errado. Anyway, continuo tentando.

2 comentários:

Carolina disse...

É muito engraçado quando constatamos que é verdade o que as pessoas nos diziam na época do vestibular tipo: a faculdade não é aquilo que você pensa ou a faculdade não te dará todas as ferramentas que você necessita. O mais engraçado é que a cada semestre realmente esperamos e esperamos pra ver se a coisa rola. Mas não né. É melhor tentar ver se rola pro outro caminho.
Desse jeito vamos rumo ao quinto período, você sentindo falta de suas aulas de redação e eu fuçando em tods os cantos os malditos dos alimentos funcionais ( até hoje nehuma aulinha sobre).
Um beijo e bom feriado. =)

léo disse...

já tive essa cisma também: é que na ufmg a gente pouco aprende sobre escrever, mas é obrigado a escrever muito.

bom, num sei se ajuda já vendo sua relação com o barthes, mas ele tem um livro fininho que chama "o prazer do texto", que pra mim explica muita coisa. :]