26.1.09

Não li, saboreei


A maioria dos meus livros prediletos foram lidos em pouco tempo. Alguns não duravam mais que uma tarde e a velocidade com que virava as páginas era a maneira de reconhecer os que eu realmente gostava.

Morri de vontade de ler Dom Casmurro quando Capitu foi exibida na Globo e o que me motivou a terminar de ler Triste Fim de Policarpo Quaresma foi achar a obra que inspirou a microssérie em meio aos livros de direito do meu padrasto.

Desde o início, gostei do tom que era narrada a história e conseguia escutar a voz de Melamed, ator que interpretou Bentinho, murmurando todas aquelas frases. Adorei também a divisão dos capítulos e, ainda assim, não avançava na leitura. Lia, relia e depois voltava novamente a aqueles parágrafos que me chamavam a atenção. E quando terminava o capítulo, tornava a lê-lo algumas vezes. Eu me pegava repetindo as frases mentalmente até que as decorasse para ir adiante.

Dom Casmurro se tornou um predileto antes mesmo da metade e não gosto de dizer que o li, mas que saboreei as palavras alegres, ansiosas, melancólicas e inseguras do pobre Bentinho.

17.1.09

MTV's Wuthering Heights

Ontem fui à loucadora para devolver o DVD que eu esqueci dentro do aparelho (duh!) e aproveitei para alugar mais. Afinal, estou de férias e meu padrasto deixou uns créditos lá antes de viajar. Enquanto passava o olho na estante com filme antigos, mas nem tanto, li "O Morro dos Ventos Uivantes". Parei, olhei melhor. Esse título não combinava com a capa moderninha já que a última versão para o cinema que eu conheço é de 1992! Tirei-o da estante e descobri que era uma versão produzida pela MTV em 2003 e adaptada aos tempos de hoje.
Posters da versão de 1992 e da versão moderninha da MTV

O Morro dos Ventos Uivantes foi escrito em 1847 pela britânica Emily Brontë e conta a triste história de amor de Heathcliff e Catherine. Cathy, como era chamada, vivia numa casa distante com o pai, o irmão e os criados... Até que o pai volta de uma de suas viagens com Heathcliff ainda menino (ele era órfão). Enquanto Cathy se aproxima cada vez mais de Heathcliff, seu irmão, Hindley, não reage bem à chegada do novo membro da família e fica enciumado. Com a morte do pai, Hindley herda todas as suas posses e passa a humilhar o amado da irmã. Ela casa, então, com Edgar, o vizinho que era muito rico, e a história fica cada vez mais sombria e melancólica. Heathcliff casa com a irmã de Edgar. Cathy engravida do marido, morre no parto e passa a assombrar a casa onde morava no morro dos ventos uivantes.
Cathy da versão de 92 (que eu achei bem fiel ao livro) e Cate (!!!)

O filme da MTV tem muita música, óbvio. Nele, a maioria dos nomes das personagens muda. Cate vive com o pai e o irmão na casa do farol, que é bem afastada da cidade. Hendrix, o irmão, tem todo um estilo heavy metal e Heath (ex- Heathcliff) tem toda uma pinta de astro do pop. Quando o pai morre e Hendrix vira dono da casa, Heath passa a viver com a irmã de Edward (Edgar) na escola interna onde ela estuda. Ele passa os dias escrevendo e gravando músicas nos aparelhos que ela comprou só para ele e vai embora de lá quando fica chateado por ela ter divulgado suas músicas na internet. Sim, Heath fica famoso e rico instantaneamente. Acaba comprando a casa do farol, pois Hendrix já estava todo endividado (acontece situação semelhante no original). No fim, Cate, que estava casada com Edgar, trai o marido com Heath, engravida, morre no parto e seu espírito permanece na casa do farol.
Heathcliff bicho e Heath galã
Emily Brontë deve ter se revirado no túmulo em 2003, ano de lançamento do filme. Tiraram todo o clima sombrio da história. Heathcliff, que era descrito como um bicho, vira um galã de cabelos lisos e loiros. A irmã de Edgar, toda iludida e apaixonada por Heathcliff, vira uma groupie que só usa roupas mínimas. E sabe qual é a pior parte? As músicas são horríveis. As letras não têm um pingo de criatividade, as melodias são todas iguais e eu não gostei de nenhuma! Até as músicas de High School Musical são melhores. Só assista se você estiver realmente preparada para ver um verdadeiro xingamento a um dos clássicos da literatura inglesa!
Heathcliff & Cathy e Cate & Heath. Não entendi o problema da MTV com os morenos.

14.1.09

Dicas para vestibulandos (2)

6. O terceiro ano e o cursinho
O último ano da escola enche os estudantes de medo e de dúvidas. Fazer ou não cursinho? Na minha opinião, cursinho só é bom para quem já terminou a escola, levou bomba no vestibular e tem que estudar tudo de novo. Para aqueles que ainda estão na escola, o cursinho pode atrapalhar. Eles costumam ter mensalidades bem salgadas e, além disso, são aulas bem apressadas e você acaba perdendo tempo assistindo aulas sobre assuntos que você já sabe até demais. Sou a favor do estudo em casa. Você faz o seu horário e estuda exatamente aquilo que precisa.

Nunca fiz cursinho! Tá, fui a uma aula de matemática e física cujo objetivo era arrecadar alimentos, mas só!

7. Alimentação
Barriga vazia atrapalha os estudos. Faça todas as refeições e nada de ir com fome para a escola! Além disso, use o intervalo das aulas para comer algo, mesmo que só uma fruta. Não adianta tentar usar esses vinte minutos para estudar na biblioteca, eles não serão tão produtivos. Aproveite para conversar com os amigos, interaja!

Eu procurava fazer todas as refeições e sempre levava lanchinho para escola (e para as outras aulas também). Club social se tornou um grande companheiro!

Meu antigo companheiro de recreios! Tinha alguns amigos que nem gostavam do cheiro do biscoito de sabor queijo, mas era bom. Nada que se comparasse ao de presunto, mil vezes melhor, é claro!
8. Estude aquilo que você odeia
Estudar a matéria que você adora é bem mais prazeroso, eu sei, mas vale à pena dar prioridade para aquela que você não gosta nem um pouco. Normalmente, temos facilidade naquilo que gostamos. Logo, você tem que estudar mais a matéria na qual sente mais dúvidas (e não gosta, na maioria das vezes) para que no fim você saiba tanto os assuntos que ama quanto os que não suporta. Ah! E quem sabe você não acaba gostando...

Sempre odiei biologia. No primeiro semestre, estudava essa matéria praticamente todo domingo, o dia inteiro. Mamãe realmente achou que eu fosse prestar para medicina e até hoje me chama de Jornalista Médica. Ah, eu quase não estudei história (matéria que amo) e tirei 9,38 de 10 no vestibular!

9. Mantenha-se informado
Vestibulando não é vestibulando de verdade se não estiver informado sobre tudo o que acontece no mundo. Atualidades aparecem não só na redação, mas nas questões também. Assista jornal, leia revistas, se informe na internet.
9.1. VEJA - Pela minha experiência, essa parece ser a melhor revista a ser assinada no ano de vestibular. Não importa se ela tem fama de ser parcial ou se ela é tão criticada. Não é raro ver questões com trechos de suas reportagens. Se os elaboradores das provas a lêem, por que não ler também?
Todos os vestibulares que eu fiz citavam essa revista em pelo menos duas questões. Por mais que ela tenha umas reportagens mal escritas, uns jornalistas que se metem demais na notícia e uma péssima crítica de cinema (Isabela Boscov), dá para encontrar matérias interessantes! Também é um bom exercício para aprender a analisar o que lemos. Ah, e no site da VEJA tem vários textos ótimos sobre assuntos da história. Ler sobre a Crise de 29 como se ela tivesse acabado de acontecer é uma maneira bem divertida de estudar!
10. Guia do Estudante
Além do guia de profissões que eu já citei, a Abril lança todo ano uma revista de atualidades com os assuntos mais importantes dos últimos doze meses. Um deles pode até ser o tema da sua redação! E a editora também lança revistas para você revisar matérias como Geografia, História e Literatura e outras com dicas para a Redação e para a prova do ENEM.

A única matéria que eu revisei para o vestibular foi história. Li boa parte do Guia do Estudante na véspera e, bem, tirei 9,38 de 10 (não me canso de repetir isso!).
Na ordem: Guias do vestibulando sobre o Enem, Literatura (com resumos das obras que mais caem, incluindo as da Fuvest, claro), Atualidades (que eu levei tanto para a escola para ler nas aulas inúteis) e o de História (meu ídolo em forma de revista).
Dica de última hora:
11. Faça vestibular como treineiro
Não é bom fazer a sua prova sem experiência. Fazendo o vestibular como treineiro no fim do seu segundo ano, você tem uma idéia de como é passar tanto tempo sentado naquela cadeira (que pode ser desconfortável) e identifica as matérias que você precisa dar mais importância. No fim, você acaba perdendo metade do nervosismo que teria se não tivesse treinado o vestibular.

No fim de 2007, fiz o vestibular da UFMA e não passei. Na metade de 2008, fiz o da UEMA e passei (em segundo lugar!). E pouco antes de viajar para Florianópolis, fiz a primeira etapa de outro vestibular da UEMA. Quando fui fazer o da UFSC, vestibular já era quase meu amigo de infância. Só fiquei um tanto nervosa porque era a UFSC (!!!) e porque o gabarito era um tanto diferente.
Bons estudos e boa sorte!

12.1.09

Dicas para vestibulandos

1. A escolha
Não adianta querer estudar para o vestibular sem ter um objetivo. Sem saber o curso e a universidade onde você quer estudar, fica difícil se dedicar tanto tempo aos estudos. Portanto, pense bem, reflita. Qual é a área que mais te agrada? Com qual profissão você se imagina trabalhando? Existem alguns testes vocacionais bem bacanas na internet, é só procurar! Dar uma olhada no Guia do Estudante Profissões é interessante para conhecer melhor cada área e ver quais são as melhores instituições do país.


Não me lembro exatamente quando e o que me fez escolher o Jornalismo. Sempre gostei de escrever, adorava as aulas de redação e português... Talvez tenha sido isso!
Meus Guias do Estudante, na ordem: Profissões (2006), Profissões (2007) e Melhores Universidades (2006). O último é que me fez escolher a UFSC, primeira universidade no ranking de Jornalismo.

2. A escola
Minha mãe cansou de dizer “O aluno é que faz a escola.” Estudar na melhor escola não é garantia de aprovação no vestibular e, da mesma forma, estudar em uma escola não tão boa também não significa que você não vai passar. Alguns alunos realmente precisam ser mais cobrados, de uma escola mais puxada. Já outros preferem uma escola mais leve (ou fácil, como preferir) para que eles possam estudar da forma que quiserem e frequentar outras aulas.

A escola onde eu estudei não chega nem aos pés das escolas boas de São Luís e, veja só, consegui passar em outro estado! Ela era desorganizada, tinha poucos professores bons e não tinha um método de ensino claro. O ponto bom é que não sendo muito puxada, eu pude me preparar para o vestibular do jeito que eu queria (no meu curso de exatas e no de redação) e até me formei no inglês.

3. A preparação

Alunos que se preparam desde o Primeiro Ano são exceções e, na maioria das vezes, são pré-vestibulandos para medicina. Quanto mais cedo o estudante começa a se preparar, menores são as chances dele deixar de estudar algum conteúdo e mais seguro ele fica perto da prova. Não estou dizendo que é preciso se matar de estudar desde os quinze anos. Faça um bom ensino médio (ou seja, não estude só nas vésperas das provas) para que no último ano você não tenha dificuldades em conteúdos passados ou até mesmo tenha que aprendê-los.

Queria eu ter recebido esse conselho! No primeiro ano, estudava à tarde e meus dias se resumiam à escola e à televisão. Só fui começar a me preparar na metade do segundo ano. Portanto, se você já começou o ensino médio e não teve um bom desempenho até agora, ainda dá tempo de correr atrás!

4. Aulas extras
Química, física e matemática são matérias que põe medo na maioria dos adolescentes. Mesmo que você tenha certa facilidade e goste delas, é bom procurar um reforço. Professores de escola nunca são bons o bastante. Já os particulares (ou quase particulares, como era o meu) são mais objetivos, conhecem as provas de vestibular, trabalham com as dificuldades dos alunos e sempre dão um jeito de revisar conteúdos. Na verdade, eles trabalham focados na prova da universidade que você quer e não te fazem perder tempo com conteúdos que não caem, por exemplo.

Com o meu curso, aprendi a gostar de química, melhorei em matemática (matéria que eu sempre gostei) e recebi algumas dicas de física (estudei essa durante pouco tempo, o suficiente para ir bem nas provas do Maranhão, mas não na de Santa Catarina – tirei 3,63 numa prova que valia 10!).

5. A redação
Em alguns vestibulares, a redação vale o mesmo que as outras matérias. Já em outros, a redação só é pedida na segunda etapa e vale o dobro das específicas. Dependendo do estado, as escolas oferecem ou não aulas de redação. Mesmo assim, essas aulas não costumam ser eficazes. São muitos alunos e muitos textos para um só professor. Fica difícil para ele fazer um bom trabalho, conhecer as dificuldades de cada aluno e dar dicas individuais. É bom procurar um curso que de preferência seja pequeno. Além disso, a minha professora dizia que o segredo de fazer uma boa dissertação é praticar e se manter informado (dicas sobre isso no próximo post).

Não passei muito tempo no meu curso de redação, mas em quatro meses melhorei bastante! Aprendi a fazer conclusões (insistia em colocar informação nova) e aprimorei meus títulos. No fim, fiquei bem mais segura em relação a minha escrita.
p.s.: Dividi as dicas porque o texto ficou grande demais! Esperem o próximo post com a parte 2.

8.1.09

Desapego, mas nem tanto

Ontem eu resolvi tomar vergonha na cara e me livrar dos resquícios de ensino médio presentes no meu quarto. Ou seja, jogar fora papéis inúteis e separar livros para doação. Olhei pasta por pasta, papel por papel. Não queria que conversas com valor sentimental fossem parar no lixo por engano. Quase guardei uma anotação de Matemática sobre Números Complexos que era uma das únicas completas e que me salvou de tanto sufoco com questões, mas acabei passando adiante. Dei para minha prima que vai começar o terceiro ano agora e que estava assistindo à minha tarde de desapego.

Depois, os livros. Empilhei-os num lugar provisório. Mamãe disse que providenciaria um lugar para receber a doação e talvez isso demore um pouco. Não deixei um livro didático sequer na minha estante. Ela ficou quase vazia, pois meus livros comuns ainda estão na casa antiga. Hoje, enquanto pensava na vida, lembrei que ainda tenho muitas dúvidas de gramática. Resolvi tirar a gramática da pilha. Depois lembrei do meu querido livro de literatura. E depois do meu livro preferido de história. Não sei ainda se vou levá-los para Florianópolis, mas ficarão na minha estante mais um pouco...

p.s.: Sabe o que eu guardei também? Duas mini-provas que fiz no curso de exatas e o folheto do vestibular do ITA. Não tenho jeito. Não mesmo.
p.p.s.: Escrevi 10 dicas para futuros vestibulandos, mas não sei se posto. Ficaram meio grandinhas! O que vocês acham?

3.1.09

Olá, 2009!


Ainda não caiu a ficha que 2008 acabou e, junto com ele, toda a minha preocupação com o vestibular. Parece que a qualquer instante eu vou ter que voltar a pensar em física moderna ou domínios morfoclimáticos. Enfim, agora isso é passado e eu vou começar uma nova vida. Uma nova "escola", uma nova cidade, um novo estado, um novo clima para me acostumar. Longe da minha família eu meio que já vivo, mas não vou mais conviver com minha irmã, com meu cachorro, com meu namorado... Realmente vai ser difícil viver longe dele. Demoramos quase dois anos para ficar juntos e agora teremos que nos separar - fisicamente falando -, mas isso é assunto para outro post. Em meio a esse mar de mudanças e incertezas, venho mostrar minhas metas para 2009:

1. Praticar exercícios físicos - preciso tanto pela estética quanto pela saúde.
2. Aprender a cozinhar - e passar do feijão, arroz e bife.
3. Não desviar do foco do curso de Jornalismo e da vontade que eu tenho de estudar Letras.
4. Arranjar um emprego - afinal, mamãe está me mandando para outro estado e eu vou ficar só lendo e comendo?
5. Melhorar o meu inglês e pensar em aprender outra língua - posso passar o mês de julho no exterior (quem sabe?) e pretendo aprender Espanhol também.
6. Ser uma pessoa menos individualista - porque às vezes eu realmente não penso nos outros quando estou agindo.
7. Dar voz ao meu lado emocional - não esquecer que eu tenho um coração e um namorado que vai estar 3448 km distante de mim.
8. Voltar a escrever no meu diário - atualmente minhas lembranças, experiências e gostos estão registrados nesse blog. Imagina se um dia o blogspot surta e eu perco tudo?!
9. Me preocupar mais com minha saúde - não é só porque eu "sou" ocupada que eu não preciso ir ao médico.
10. Ser menos preguiçosa - devo ser a única pessoa no mundo que tem preguiça de sair (até para ver o namorado), preguiça de ler, preguiça de comer (!)...

E que no fim desse ano eu tenha um saldo bem mais positivo que no ano passado!