31.3.09

Na biblioteca universitária

Estava lá com mais dois amigos sentada num lugar com umas cadeiras confortáveis perto de uma mesa de centro com jornais e revistas. Líamos jornal, conversávamos sobre o curso e discutíamos sobre a vida. De repente, chegou um cara, pegou o Diário Catarinense e no instante seguinte:

- Vocês são estudantes da UFSC?
- Sim.
- De que curso?
- Jornalismo.
- Sério? Que legaaaal.

Voltamos a cuidar de nossas vidas.

- Vocês são daqui mesmo?
- Eu sou do Maranhão.
- Nooooossa, é bem longe, né?

Ele começou a falar e não parou mais. Contou que estava na oitava fase de Engenharia Elétrica e que era de Curitiba. Quis que eu falasse sobre o meu estado, contou da sua viagem à Bahia, quase nos disse a sua história de vida. Foi um episódio muito aleatório. Ele claramente sentou ali para puxar conversa, já que nem tocou direito no jornal. Será que ele foi com a nossa cara à primeira vista? Tava precisando falar com alguém? Ou era carência? Vai entender a cabeça desses estudantes de engenharia (nada contra!).

30.3.09

Diferenças no vocabulário

O mais incômodo de ter me mudado para um estado completamente diferente é que tem palavras que eu simplesmente não posso mais usar. A não ser que eu queira ficar explicando significados, o que é bem chato.

Ao invés de xxx uso yyy:

* Marocar - xeretar
(Afinal, as pessoas que convivem comigo aqui não leram esse post).
* Primeiro período - primeira fase
* Cadeiras - disciplinas ou matérias
* Estou aziada - estou entediada

Quando ouço xxx, traduzo para yyy:

* Raça - povo
* Guri - menino

Simplesmente não entendo:

* Se pá (???)

25.3.09

Comunicação e Realidade Socioeconômica e Política Brasileira

A ementa dessa disciplina se resume a estudar os meios de comunicação e a forma da sociedade brasileira em vários aspectos, com ênfase no período posterior a 1930.

Na aula da semana passada, assistimos a um documentário feito por brasileiros e que tratava do tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro (Notícias de uma guerra particular). O tema era batido, mas poderia ter rendido boas discussões. Poderia, pois a professora desconhece os benefícios que um intervalo de quinze ou vinte minutos pode trazer para o rendimento dos alunos. Passamos quase quatro horas sentados, com sede, fome ou vontade de ir ao banheiro.

Ontem assistimos a um outro documentário. Dirigido por um americano e que atacava o "coronelismo" presente nos estados do Norte e Nordeste do país e, ao mesmo tempo, forçava uma relação com a migração de nordestinos pobres para o Sudeste, que fazem aumentar os índices de violência, etc, etc. Dessa vez, tivemos intervalo, mas a discussão não vingou da mesma forma. E eu fico me questionando...

1. Meus colegas calouros e eu sofremos de uma terrível doença que não nos deixa funcionar nas terças à tarde?
2. O vestibular seleciona tão mal os candidatos que os aprovados mal têm opinião formada sobre o mundo?
3. A professora não domina as maneiras de encaminhar um bom debate?
4. Ou um pouquinho de tudo isso?

23.3.09

Numa grama bem verdinha

Borrachudos são insetos pequenos, semelhantes a pequenas moscas. Nunca tinha ouvido falar deles antes de vir para Florianópolis. São famosos pelas picadas que costumam coçar bastante.

"O momento da picada geralmente passa despercebido, pois a picada não é muito dolorosa, porém fica sempre marcada por um ponto vermelho característico, diferente da picada de pernilongos. Rapidamente, após a picada, segue-se uma forte irritação com coceira, dor e inchaço. A reação pode variar de indivíduo para indivíduo, dependendo do grau de alergia."

Sexta-feira, depois de almoçar no Restaurante Universitário, fiquei conversando com amigos do curso debaixo da sombra de uma árvore. À tarde, bate aqueela preguiça e acabamos sentando na grama. Estava de calça comprida e havaiana, mas não senti nenhuma picada. Só descobri uma pequena aranha no meu braço. Ontem, reparei em quatro pontos vermelhos nas pernas e um no braço. A dona do pensionato onde moro disse que as picadas eram obra de borrachudo e depois de googlear, confirmei.

Moral da história: nunca mais vou sentar na grama da UFSC.


Essa reply no twitter disse tudo!

22.3.09

The Graduate

Não sei de onde tirei a ideia que queria ver o filme A Primeira Noite de um Homem. Descobri uma locadora em São Luís que tinha esse DVD, assisti e ele se tornou um dos meus filmes preferidos de todos os tempos.

Ele retrata a história de Benjamin Braddock, jovem que acabou se formar na faculdade e não sabe o que fazer da vida. Seus pais organizam uma festa de boas-vindas com vários convidados amigos da família. Entre eles, Mrs. Robinson, esposa do sócio do pai de Benjamin, que pede uma carona ao jovem. Chegando na casa dela, Ben é convidado a entrar e lá acontece a cena clássica:

Mrs. Robinson, you are trying to seduce me!
Depois disso, o romance entre Ben e Mrs. Robinson se desenrola e surgem vários fatores que dão mais emoção à história, como o interesse do rapaz por Elisa, filha da amante dele. É um filme bem antigo, com alguns efeitos de transição entre cenas bem engraçados e uma trilha sonora perfeita. "Mrs. Robinson" de Simon & Garfunkel é a música mais tocada no meu last.fm.

17.3.09

Novidades muitas

Há exatos dezessete dias, cheguei em Florianópolis. Cheguei atrasada no primeiro dia de aula (como sempre) e fiquei completamente perdida durante a primeira semana de aula. Também achei a UFSC maravilhosa e o curso de Jornalismo, perfeito. Na segunda semana, comecei a enxergar com um olhar mais realista. Vi que o meu curso não está tão perfeito, mas, ainda assim, é melhor do que os do Maranhão. Disso tenho certeza. Também enfrentei uma crise de desânimo que só durou alguns dias. Agora, na terceira semana, voltei a ficar disposta a viver esse sonho que é estudar numa instituição com um bom destaque nacional.

Nesse período em que estive ausente, fiz compras de supermercado, conquistei o hábito de lavar a louça logo depois de comer, enfrentei meu medo de cair enquanto subo ou desço a ladeira (a mais íngreme que já vi na vida) onde fica a minha casa, conheci muita gente nova (cada uma de um lugar do Brasil, porque tem muita gente de fora no meu curso), perdi o meu nome (só me chamam de Maranhão), tive aulas interessantíssimas e outras nem tanto, passei a ir caminhando para a UFSC (levo 23 minutos para chegar lá), fui a minha primeira festa como universitária, faltei aula no dia do trote de propósito (foi durante a crise da segunda semana), conheci o melhor professor da minha vida (o de Redação I)...

Resumindo: perdi inúmeros assuntos bons para post.

1.3.09

Hiatus forçado

Ideias não me faltam, mas postar por telepatia fica difícil. Já estou em Florianópolis, cheguei ontem. Há uma semana, meu computador de São Luís pifou e eu fiquei sem internet. A compra do meu notebook também deu toda errada e devo ficar mais umas duas semanas sem ele. Agora estou na casa da amiga de mamãe (onde fiquei quando vim fazer vestibular) e já descobri uma lan house perto de onde estou morando, mas não sei se vou poder postar regularmente. Responder comentários fica bem chato quando eu tenho pouco tempo. O importante é que estou em processo de adaptação, mas tudo está caminhando bem.

p.s.: Fui selecionada para o Tudo de Blog 2009, mas nem sei se vou acabar participando.