30.7.08

Amigo é casa

"Amigo é feito casa que se faz aos poucos
e com paciência pra durar pra sempre
Mas é preciso ter muito tijolo e terra
preparar reboco, construir tramelas
Usar a sapiência de um João-de-barro
que constrói com arte a sua residência
há que o alicerce seja muito resistente
que às chuvas e aos ventos possa então a proteger"
(Capiba / Hermínio Bello de Carvalho)

Amizade é uma relação pura. Pode existir desde o princípio ou surgir aos poucos, sem ter um ponto de partida exato. E, principalmente, é a base da convivência humana. Já pensou estar cercado de pessoas pelas quais você não sente simpatia alguma?

Há mais ou menos três anos, conheci uma garota. A primeira impressão que tive dela foi de uma pessoa mimada e materialista. Brigamos algumas (muitas) vezes e acabamos nos tornando amigas. Grandes amigas. No entanto, ocorreram mudanças: mudei de turno na escola e depois ela começou a faculdade. Nossa amizade não continuou a mesma, tornou-se mais forte.

Mas eu comecei a estudar para o vestibular e, junto com a rotina puxada, veio a minha ausência. Eu já não tinha tanto tempo livre para dedicar a ela. O que eu esperava? Compreensão, é claro. Mas não foi isso que eu encontrei.

Ela se mostrava chateada quando eu a trocava pelos livros (didáticos) e eu não via nela o apoio e o otimismo que eu via nas outras pessoas. Para mim, amizade é sinônimo de companheirismo e significa um carinho eterno. As pessoas podem passar anos longe uma da outra sem nem ao menos manterem contato. O sentimento não é finito.

Agora a gente não se fala mais direito, ela resolveu economizar nas palavras quando estamos “conversando”. Ela precisa entender que ninguém está sempre à nossa disposição e que estar distante não é o mesmo que evitar alguém. Espero que um dia ríamos juntas disso tudo.

25.7.08

Luíza, a boa bruxinha

Desde pequena, eu sei que as razões do meu nome ser Luisa são:
- O nome do meu pai (Luiz Alberto)
- A música de Tom Jobim ("vem cá, Luiza, me dá tua mão, que o teu desejo é sempre o meu desejo...")
- Uma bruxinha boa que se chama Luíza.

A música eu já escutei diversas vezes, mas eu nunca tinha escutado nada sobre essa bruxa. Depois de pesquisar no Google descobri que Luíza é um nome pelo qual a Wendy é conhecida aqui no Brasil! Aqueeela Wendy, amiga do gasparzinho, que tem as tias malvadas e que foi interpretada por Hilary Duff.

Quando eu pensava na Luíza, lembrava de uma menina loirinha igual aos desenhos que encontrei. Então além de ter sua própria revista em quadrinhos, seu desenho também passava na TV (e eu assistia!).


Fiquei super feliz depois que descobri isso, mas minha mãe poderia ter me dito que a bruxinha era amiga do Gasparzinho, hein! Pouparia minha curiosidade.
Mas e você? Qual a origem do seu nome?

21.7.08

Meu aniversário não existe

Turba é um substantivo que significa multidão desordenada, muita gente reunida. Cena típica da Rua Grande* na época do Natal. Já que eu tinha que esperar aquele tanto de gente passar, eu olhava para as pessoas. Sabe como é, cidade pequena, não é difícil ver pessoas conhecidas no mercadinho da esquina, imagina num lugar cheio de vestibulandos.

Primeiro, um cabelo conhecido no meio de cabeças desconhecidas. Olhei melhor e era você. Acompanhei seu caminho com os olhos e você passou perto de mim. Chamei seu nome e você me viu, me deu a sua mão e eu a segurei até que fosse levado pela correnteza humana.

Não sabia que ia vê-lo de novo naquela mesma noite. Eu estava quase indo embora e passei ao seu lado. Parei, sorri. O telefone tocou, era minha carona. Atendi, ela já estava lá, a carona. "Até o primeiro dia de aula", eu disse. Parece frase de garotinha de doze anos que encontra a paixão platônica no shopping, eu sei.

Depois que comecei a caminhar, você disse:

- Teu aniversário não existe.
- Eu não vou te ver no meu aniversário. - entendi a frase como uma pergunta.
- Não... é que não tem no calendário escolar, lembra?

Na verdade, você que lembra o que eu digo. E repara nos meus trejeitos que eu tenho sem nem perceber. E não esquece o meu aniversário, sendo que eu nunca consegui decorar o seu. 22 de novembro?

* Rua Grande é o nome da principal rua de comércio no centro da cidade.

18.7.08

Piteco

Quando eu tinha uns dez anos, a madrinha da minha irmã chegou aqui em casa sem avisar e nos presenteou com um filhote de poodle. Ele tinha apenas 3 meses e seu pêlo era preto e branco. Mamãe o batizou de Piteco em homenagem àquele personagem pré-histórico da Turma da Mônica.
Foto de Piteco tirada do quadro magnético de mamãe porque não achei nenhuma no computador.
Sabe, nunca cuidamos dele como deveríamos. Na minha casa, existem muitas plantas e ele logo ficou cheio de carrapato. Não tinha remédio que adiantasse. No começo, eu até passeava com ele. Mas criança sempre se cansa dos brinquedos. Eu e minha irmã nos cansamos de Piteco.

Até que um dia uma moça veio aqui tentar vender uns produtos de beleza para mamãe e ele fugiu enquanto a vendedora entrava. Ele sempre fugia e voltava depois. Ficava chorando no portão para que o deixássemos entrar. Dessa vez, ele não voltou.

Um rapaz ficou esperando a moça dentro de um carro, na porta da minha casa. Ele viu meu cachorro fugir, voltar, crianças descerem de um carro sem placa e levarem o bichinho embora.

Por que eu resolvi escrever sobre Piteco? Essa noite, eu sonhei com ele. Sonhei que ele voltava e ele ia para o pet shop e voltava todo lindo e fofinho que nem ele está nessa foto. Ele ficava brincando com Lucky (o meu atual cachorro) e eu tinha a idéia de postar sobre a volta dele. Nem precisa dizer que eu fiquei toda triste quando lembrei do sonho, hein?

13.7.08

Meu vício

Sinceramente, acho que estou enfrentando uma crise de abstinência. Não, eu não parei de tomar leite (tenho intolerância à lactose). Desde que eu fiquei de férias (da escola), eu fiquei meio perdida. Primeiro meu sono ficou desregulado. Agora, a minha fome também! Na verdade, eu nem tenho sentido muita fome. Minha rotina corrida deve estar fazendo falta mesmo.

Não acordo mais antes de todo mundo daqui de casa, nem perco a manhã na escola, nem almoço em dez minutos (depois de ver o Evaristo dizendo “Boa tarde!”) e nem corro para o curso de exatas. Sem contar que nas terças e quintas eu não almoço mais na escola e nem chego em casa depois das sete. Sabe, pela primeira vez na vida, eu tinha horários certos para comer. Logo após acordar, no recreio, no almoço, depois da aula de exatas (ou no outro recreio) e quando chegava em casa.

Atualmente o único compromisso que tenho é o curso de exatas, mas meus professores entram de férias na próxima sexta-feira. Então eu passarei quase 15 dias sem atividades fora de casa! Vou ficar doida, porque sou a prova viva que quando a gente tem muito tempo, não faz nada.

E o pior de tudo é que eu realmente estou sentindo falta da minha sala de aula (das cadeiras acolchoadas então!). Anteontem, eu assisti a uma aula sobre os livros que vão cair no vestibular da UEMA do próximo domingo (que eu vou fazer como treineira) e eu quase babei ouvindo aquela professora que deu aula para minha mãe. É, ouvindo. Porque tinha uma coluna bem no meio da sala e, do lugar que eu estava, a professora sempre se escondia atrás dela.

10.7.08

Loirinho da USP

Estava eu subindo a ladeira da minha casa tranqüilamente, pensando que eu não cansava mais quando a subia apressada até que o homem que me leva pra escola passa, buzina e oferece carona! Eu não ia negar, né?

De longe, eu tinha olhado pro banco do passageiro e pensava que era o nerd da rua de trás que estava lá. Quando eu entrei no carro dizendo "boa tarde", vi que era um rapaz que eu nunca tinha visto na vida. O motorista também estava dando carona pra uma mulher e ficaram conversando até que ela desceu num banco.

Aí Verde (o motorista) disse que o menino era "fera", assim como eu sou "fera". Nos estudos, ele quis dizer. Então a gente começou a conversar. Ele é daqui, passou na USP pra Engenharia no começo do ano e está morando lá sozinho. Mas tem um pequeno detalhe, eu não lembro o nome dele. Na verdade, eu não lembro se ele disse o nome dele! Só sei que eu conheço o irmão dele (um gurizinho de cabelos loiros e encaracolados que é vizinho do nerd que eu falei no começo!) e que quando ele tava saindo do carro (na avenida litorânea), disse "Tchau, Luisa". E foi aí que eu me toquei que eu não passava pela praia há milênios e que bateu uma vontade enooorme de largar a aula de matemática e ficar por ali mesmo.

Pronto, arranjei mais uma paixonite platônica. Dessa vez, uma que eu nunca mais vou ver na vida.

4.7.08

Adeus, férias!

Depois de alguns dias de pura enrolação, resolvi colocar um ponto final nessas férias. Chega de passar hooras nesse computador com a desculpinha de ajeitar os arquivos do blog (principalmente porque eu já ajeitei tudo), chega de fingir que leio Veja enquanto assisto novela! Sabe, foi bom, muito bom, passar esses dias sem fazer nada. Coisa que eu não fazia desde... dezembro? Esses meus dias se resumiam em esperar o Jornal Hoje começar e ir para o curso de exatas nos dias que tinha aula. Ao menos isso para me tirar de casa e me fazer ver gente. Mas o pior de tudo foi tornar público meu período de ociosidade já que eu ficava todo o tempo no twitter.

Sei que essa cadeira está muito confortável enquanto eu escuto Pública, mas eu tenho que estudar aquela parte nojenta dos invertebrados (platelmintos, nematelmintos e anelídeos) enquanto o almoço ainda tá longe.