29.4.11

Azão azinho

Só pra constar: nesse feriado, papai, irmã e uma amiga dela vieram à Floripa. A volta era na terça 6h45. Nenhum dos três acordou a tempo e PERDERAM O VOO. Vou parar de postar sobre meus voos perdidos, minha gente, porque isso não é uma novidade mais, é GENÉTICA.

28.4.11

US$20

Corre do estágio pra ler um texto antes da aula de 18h30. Biblioteca universitária. Barulho razoável, deu pra me concentrar. Chega uma guria de branco na mesa ao lado, só podia ser da área da saúde. Não para de falar. Perco minha concentração. Ganho sono. Cochilo. Vou para um sofá para tentar ler lá. Necas, dormi mais. Saio da biblioteca. Sento num banco mais ou menos tranquilo, passa gente na minha frente o tempo inteiro. Sentado do outro lado do caminho, noutro banco, um senhor que faz um barulho diferente na respiração de quando em quando. Ali perto, uma mesinha de pedra, daquelas com tabuleiro desenhado. A guria sentada nela arruma as coisas, vai embora. Corri pra lá, tão mais tranquilo! Começa a escurecer. Começo a pensar que o chão dali é grama. Todos sabemos como a grama da UFSC não é confiável. O pé começa a coçar. Provavelmente de paranoia, ainda não tinha sido mordida por nenhum bicho. Sou obrigada a ler com as pernas para cima, apoiadas no banquinho ao lado. Completamente desconfortável, pernas formigando periodicamente e, ainda assim, concentrada. Fábula das três raças, racismo no Brasil e nos Estados Unidos. É, estou gostando daquela disciplina de Antropologia Social. Terminei o texto a tempo, só lamentei não ter nem 20 dólares e nem uma árvore mega confortável para dar uma de Rory e conseguir um lugar bom de estudo. Até porque, imagina que alvo fácil para formigas e borrachudos eu seria na grama, embaixo de vários galhos?!

25.4.11

Ilha do amor (trágico)

Qual o primeiro lugar que você olha numa mulher? Olhos são uma opção. Te dizem se a pessoa é confiante, triste, orgulhosa... Difícil é disfarçar quando mostram fraqueza. Pois bem, a primeira impressão, os olhos de São Luís - talvez possamos descrever assim - é o ex-aeroporto internacional. Tava precisado de uma reforma para aumentarem a sala de embarque e o número de portões. Decidiram colocar um sistema de refrigeração. O teto não aguentou o peso e começou a desabar, o prédio foi condenado. Foram montadas estruturas improvisadas com tendas e banheiros químicos. A área de embarque pelo menos tem um chão de madeira, cadeiras de aeroporto e tudo mais. Desembarquei na chuva e, com o prédio condenado, aqueles corredores não puderam ser usados. Descemos pra um ônibus e só havia um comissário e um guarda-chuva. Uma vez embarquei na chuva aqui em Floripa - aeroporto sem aqueles corredores - e chovia. Havia toda uma logística de comissários de chão abrindo e entregando/recebendo e fechando os guarda-chuvas para os passageiros. Pegamos chuva, não havia orientação para aqueles que continuariam voando (uma senhora desceu para pegar a mala, sendo que continuaria a viagem ao Rio de Janeiro e não havia ninguém pra ajudá-la), tínhamos contato direto com os homens que descarregavam as malas e, na falta de uma esteira, éramos um amontoados de ex-sardinhas tentando achar cada um sua bagagem.

Pernas mancas e machucadas. Complicado é encarar o trânsito na capital maranhense. Achar uma avenida relativamente vazia é impossível em qualquer parte do dia, o horário de pico aumentou consideravelmente e o número de buracos nas ruas não para de aumentar. Como um cearense que eu conheço gosta de falar, ele mora lá há mais de 20 anos e nunca viu nenhuma avenida ser construída. Enquanto isso, a cidade continua crescendo, junto com a quantidade de carros. Melhor nem comentar o sistema de transporte público, né? Sem contar a aventura que é dirigir pela cidade durante as chuvas de verão. Boca de lobo é artigo de luxo nas vias e a maioria delas alaga.

Maquiagem borrada 24/7. São Luís é uma cidade linda. Tem o centro histórico com casarões portugueses (tombados pela UNESCO e, ainda assim, caindo aos pedaços, virando estacionamento no centrão), ladeiras, escadarias e becos, todos eles fedendo a xixi. Pontos turísticos, como a fonte do ribeirão, abandonados, descoloridos, vandalizados. Praias com o mar poluído e a areia suja.

E uma mulher tão descuidada pode ser perigosa ainda? Pode. Lá não tenho nem metade da segurança que tenho aqui, de voltar andando às 22h ou de madrugada. Um exemplo cai muito bem. Minha amiga, moradora do bairro da minha ex-escola, grudada perto da minha casa, desceu do ônibus às 19h. Teve uma arma apontada pra ela na rua em que ela mora, ainda perto da avenida.

Esse não é um texto para xingar o atual prefeito, governo, nem o Sarney em geral. É pra mostrar a minha tristeza. Como pode uma cidade que eu gosto tanto, que dá tanto orgulho pros ludovicenses, estar tão ruim assim? Ano que vem completamos 400 anos e quero ver em que estádio o prometido amistoso Brasil x França vai acontecer, já que os nossos estão caindo. Também quero saber o que o enredo da Beija-flor vai cantar no carnaval 2012. Só temos notícias ruins.

18.4.11

Queridinhos

Só depois de gravar esse vídeo com os livros que eu tenho aqui em Floripa que percebi como faz falta ter alguns livros especiais que li de outras pessoas e nunca comprei meu exemplar. Queria ter falado de O amor nos tempos do cólera, A sangue frio, O vendedor de histórias e alguns outros, mas não os tenho. Acabei falando mais falando desses poucos livros que me fazem companhia no meu quarto pobrinho do que todos aqueles lá de São Luís. Tenham paciência e relevem minhas gaguejadas!

17.4.11

O voo me perdeu

Quando avisei ao pessoal que iria fazer a visita-relâmpago aos meus pais, recebi tanto "Não vai perder o voo" como conselho que o meu voo acabou me perdendo. Já vivi muita aventura em aeroporto, mas essa foi nova. Meu itinerário era Floripa - Curitiba - Brasília - São Luís. Com o aeroporto de Curitiba fechado, me colocaram num voo pra Guarulhos e me garantiram que o voo Guarulhos-Brasília chegaria a tempo do trecho para o Maranhão. Até porque deixei bem claro que se não chegasse ainda no sábado, 9, desistiria da viagem e ia pedir o dinheiro de volta. Na correria, aceitei o cartão de embarque, comi e voei pra São Paulo.

Tudo correu bem até o pouso em Brasília. Já tava comemorando internamente que só faltava mais um trecho, algumas cochiladas e estaria desembarcando em São Luís. Mas aí o avião tocou o solo, a chefe de cabine foi dar um dos últimos comunicados e falou a hora local. 12h50. E, finalmente, caiu a ficha: "Não era esse o horário que eu SAIRIA de Brasília?". Fui checar o cartão de embarque. Meu voo chegava no aeroporto JK às 12h59, o outro partia às 12h50. Maravilha, mas pensei com meus botões que meu nome estaria entre os passageiros e que chamariam a senhora Luisa Pinheiro nos alto-falantes em eterno looping até que eu encontrasse algum comissário de chão. Só que não.

Desembarque remoto. O portão dava para um daqueles corredores compridos, nenhum comissário, Luisa correndo, embarque fechado (óbvio), ninguém me esperando, um comissário da Gol que não poderia me ajudar e que queria me levar para a administração da Companhia no térreo, área de check-in. Eu não entendia porque ele não mandava o avião para o pátio e me colocava lá dentro. Porque, afinal, meu cartão de embarque dizia que eu pegaria aquele voo.

Chegamos na administração e ainda tive que esperar uns bons quinze minutos até que alguém apareceu para "resolver" o meu problema. Claramente até essa pessoa chegar o avião já tinha decolado, se duvidar já tinha saído de Goiás (não). Muito choro depois, me avisam que meu trecho Brasília-São Luís havia sido trocado do voo das 12h50 para o da noite, às 21h45 sem meu conhecimento e muito menos a minha permissão. A mulher na sua maior inocência falando que ia tentar um voo mais cedo, que ia procurar até na TAM. Amiga, olha pra minha cara, olha quantas vezes eu já fiz essa viagem, o voo mais cedo só sai no final da noite. E só me faz chegar em casa no outro dia. Ou seja, depois que o aniversário do meu pai já teria passado.

Tinha duas opções: voltar para Floripa e remarcar a viagem para outra data ou continuar indo até São Luís. Eu queria ter mais uma: explodir a cabeça da atendente que fez o meu check-in em Floripa e de toda a Gol que, percebendo que meu problema era erro deles, não me colocaram naquele avião que me levaria pra casa até 15h30. Escolhi continuar a viagem e remarquei a volta de segunda pra terça. Não era meia-diária num hotel três estrelas e duas refeições que iriam acabar com todo o desgaste psicológico que eu consegui com esse incidente e não acabaram mesmo. Apesar de ter papai ter adorado a visita (e chorado muito quando minha irmã finalmente contou para ele, na noitinha de sábado), sem dúvidas que esse início acabou com minha animação, a visita não foi nem um pouco como eu esperava, me decepcionei e acabei voltando pra cá bem triste.

Escrevendo sobre o assunto, me arrependo ainda mais de não ter feito denúncia no Procon. Olha, depois dessa, eu merecia um ano voando de graça pela Gol. Se bem que não me atrevo a entrar num avião deles tão cedo. Ah se o maior problema dessa companhia fossem as barrinhas de cereal e os biscoitinhos cream-cracker...

Fica o conselho para que ninguém passe por uma situação parecida com a minha: não dá pra confiar em atendentes, chequemos nós mesmos se nossas conexões são possíveis. Porque, né, this is the brazilian way of flying. Nunca esqueço do comissário em Miami reclamando dos cartões de embarque daqui e dizendo "This is the american way of flying" quando entregou o cartão americano, em papel durinho.

14.4.11

Estante maranhense

Que tal ouvir minha falta de sotaque? Ou ver meu desempenho na câmera nervosa? Quem sabe ouvir meus comentários sobre livros aleatórios? Pois bem, essa é a primeira parte do meu meme da estante, gravado lá em São Luís. Conheçam os livros negligenciados da minha vida, já que eles foram abandonados. Fugi pra Pasárgada sem eles.



p.s.: Relevem a edição, porque me descobri sem premiere (instalei todos da adobe e só esse deu errado) e fui obrigada a editar no movie maker. Vergonha pra alguém que teve uma disciplina ~tecnologia em telejornalismo~.

11.4.11

Já voei em casa!

Olha, nunca inventaram um aplicativo pra twitter tão divertido quanto esse That can be my next tweet. Olhei muita gente se divertindo ontem, não entrei na brincadeira, mas não resisti hoje de manhã. Quando percebi, já estava floodando a timeline. Todo mundo merece dar umas risadas com tweets que talvez escreveríamos mesmo. Pelo menos alguns dos meus funcionaram!

"Que preguiça de novo. COF! Boa noite toda falando de livros de semana e gatos das engenharias no fds."

"Amanhã eu tava pedindo apoio pra chefa... ops! né! vamos guarulhos, bsb, slz."

"Já voei em casa! olha, já basta perder um texto sobre a teoria freudiana e Che Guevara."

"Balada dos loucos descobri o Sarney não terminei de sacanagem! ah se vc descobrir o twitter!"

"Tossir, espirrar, manha, ouvir Inside and out da vida. Tosse alérgica 10 x 0 Luisa."

"Aeroporto bom das coisas: amanhã ninguém dorme na reunião! vai ter voo pra pensar em publicidade!" (nova maneira de fazer brainstorms: voando)

"Ok, mais feliz del universo. Calor, forró troando no 1007!!! hahahahha mulheres free até miley cyrus!" (olha, no dia que troar forró no 1007 alguém interna o Korova!)

"É irresponsabilidade da UFSC que estou assistindo Morde & Assopra. chama paulinha!" (que absurdo! culpa da ufsc! chama paulinha, minha melhor amiga de São Luís!)

"Pelo visto vou à praia do cce olhando as salas ou as anotações na sua conexao normal, mas ela não tenho." (cce é onde eu estudo)

"Boa reunião/aula/show! Saudade... São Luís vai passar por 2008, acho que Getúlio matou Allende."

9.4.11

Oi, mãe!

Você é daqueles que sempre vai atrás de promoções de companhias aéreas, faz mil simulações e nunca dá em nada? Eu também! Quer dizer, hoje achei uma oferta de 328 dinheiros em troca de fazer uma surpresa pra papai (hoje, 9 de abril, é aniversário dele!) e, com as taxas, o total deu 400 reais. Menos do que eu costumo pagar comprando passagens com antecedência.

Comprei os bilhetes umas 19h e, desde então, estou nesse estado de euforia. Afinal, 6h45 estarei decolando para São Luís com a intenção de abraçar a família, checar as condições precárias do aeroporto ludovicense em reforma e matar papai do coração. Ele é o único que não sabe que vou pra lá mañana.

Infelizmente, viajo com o notebook e xerox pra ler. Ignorei alguns compromissos, mas não dá pra jogar tudo pro alto. Chego em Floripa terça de madrugada e, nesse meio tempo, vou conhecer o aeroporto de Curitiba. Voltarei empanturrada de caranguejo, com alguns jesus na mala e o sotaque levemente mais carregado!

6.4.11

I'll love you till I die


I ain't no vision, I am the girl
Who loves you inside and out
Backwards and forwards with my heart hanging out
Inside and out, Feist