31.3.08

Ser fã é...

Na sexta-feira passada, cheguei em casa momentos antes do Evaristo me dizer boa tarde e ele me disse que segunda (hoje) seria transmitido um debate ao vivo sobre vestibular com a participação dele. O meu assunto preferido com o meu jornalista preferido? Não tinha como perder.

No primeiro momento, me desesperei e achava que minha vida era injusta. Afinal, eu com certeza não chegaria em casa a tempo de ver o tal debate. Mas aí minha mãe me deu a idéia de almoçar na casa de uma amiga (a que foi assaltada, por sinal) e ir para o curso de carona com ela. Eu estava disposta a ter que levar uma mochila imensa para passar o dia fora, ir pro curso de tênis e tudo mais. Só que eu tive a idéia de implorar para o meu "motorista" que me deixasse em casa antes de buscar outros dois alunos do outro lado da cidade (literalmente).

Acho que pela primeira vez na vida, não me atrasei em uma segunda-feira de manhã. Isso tudo para agradar o "motorista". Acabou que ele nem me deixou em casa antes de ir lá para o fim do mundo. Mas quando entrei em casa, nem desliguei o alarme e fui direto ligar a TV. A primeira pessoa que vi foi a Sandra (Annenberg) e ela estava justamente falando que no bloco seguinte passaria o debate.

O Evaristo estava a coisa mais linda do mundo com aquela camisa branca e eu não parava de pensar no quanto aqueles oito estudantes eram sortudos de estarem ali conversando com ele. Algum dia a minha vez vai chegar...

30.3.08

Tudo acontece no centro da cidade

Meu ponto de vista. No centro, eu estava no meio do amontoado de pessoas que tentavam entrar no ônibus que vai para a integração. Eu tava com uma lata de guaraná jesus na mão e pensava no que fazer se não sobrasse cadeira pra mim. Se não me seguro direito com as mãos livres, imagina com uma delas ocupada. Então abriu um espacinho na escada para eu subir, mas minha amiga, Paula, colocou o pé lá e ficou olhando para ele sem falar ou fazer nada.
Eu: Paulinha, tu não vai me deixar subir?
(Silêncio)
Eu: Paulaa, acorda.
Aí ela tirou o pé e eu subi. Ela fez o mesmo quando abriu outro espacinho.
Mulher atrás da gente: Eeei, pra onde esse ônibus vai?
Motorista: Pra tal e tal lugar, passando por não sei onde.
Mulher atrás da gente: Ah, então não vou pegar ele não.
A mulher desceu, a porta fechou e quando passávamos pela catraca:
Paula: A mulher roubou meu relógio. Olhei pro pulso dela e dei de cara com o relógio do smile.
Eu: Queaaah?

Ponto de vista de Paula. Ela tava com um saquinho de pasteizinhos na mão (bem ruins, por sinal) e meio que segurava a porta do ônibus para ninguém entrar antes dela. Ela carregava uma daquelas bolsas de lado e por causa da distração (conversar comigo), bobeou e a bolsa ficou nas costas dela. Quando ela olhou para trás, viu que uma mulher tava apalpando a sua bolsa.
"Será que essa mulher tá limpando a mão na minha bolsa?", foi o que pensou.
Paulinha tinha ido ao centro comigo para trocar a bateria de quatro relógios, os quais guardou na parte da frente da bolsa que era coberta por outra parte (sacaram?). Depois que colocou a bolsa para a frente, procurou os relógios e só achou três.
Eu: ihhusdgydsuhdsgyfsahiu
Ela nem ouviu o que eu falei.
Eu: Paaaaaula.
Aí ela, atordoada, tirou o pé da escada, me deixou subir e depois me seguiu. Sem saber o que fazer, olhava para a mulher e para a sacola que ela carregava, procurando o seu relógio que era o preferido. Antes que pudesse pensar em algo:
Mulher atrás da gente: Eeei, pra onde esse ônibus vai?
Motorista: Pra tal e tal lugar, passando por não sei onde.
Mulher atrás da gente: Ah, então não vou pegar ele não.
Ela olhou a mulher saindo muito rápido do ônibus e a porta se fechando.

Resultado. Falamos sobre isso durante todo o trajeto até a integração onde pegamos ônibus diferentes. Tentei mostrar pra ela que poderia ter sido pior já que poderiam ter levado a bolsa toda (com mp4, celular e tudo mais) ou, pior, poderiam ter me roubado dela!!! Claro que culpei o jeito de Paula de sempre dizer "sim" às pessoas ao fato da mulher tê-la roubado e ela nem ter dito nada.

Quando cheguei em casa.
Menina que trabalha aqui: Ainda bem que ela não fez nada!
Eu: Comassimmmmm?
Menina que trabalha aqui: Porque tem uma mulher que é profissional lá pelo centro e que anda armada. Todo mundo que pega ônibus nesse horário conhece. Ela abre a bolsa das mulheres e tudo mais. Teve até uma vez que uma vítima reagiu e ela tirou a arma. Ela é morena, de estatura mediana.

p.s.: Paulinha me disse que a mulher era morena, não muito alta e que tinha um buchão. Cuidado, gente.

27.3.08

O tempo não pára

Hugo Chávez vem para São Luís, faz discurso na varanda do Palácio dos Leões (sede do governo) e vai para Belém no mesmo dia; Aparece a primeira grávida na história da minha escola; Rafinha ganha um milhão de reais e todos os meu redor ficam chateados porque Gyselle perdeu (só porque ela morou em Timon, interior daqui); Evaristo Costa apresentando Jornal Hoje sem a minha companhia; Suspeita de toxinas no queijo da Itália; Gente com fome na Argentina? Não tenho certeza, cochilei na metade da notícia.

Tudo isso acontecendo e eu estudando, estudando, estudando.

22.3.08

O Cravo e a Rosa

(Parte VI - 1988)

No final de 1987, Rosinha foi apresentada a um rapaz chamado Luiz. Ele era amigo de Francisco que, por sua vez, era namorado de Anna Paula, amiga de faculdade de Rosinha. Na verdade, a jovem de olhos verdes já não era chamada de Rosinha, exceto por alguns poucos familiares. Ela era conhecida por Rosa ou pelo nome: Rosângela.

Quando completavam um mês de namoro, Luiz, que já tinha vinte e oito anos, levou Rosa para jantar em um famoso e caro restaurante da ilha. Depois que fizeram os pedidos, ele falou com sua constante falta de jeito com as palavras:

- Rosa, eu quero me casar contigo.
- Pára com isso, Luiz. Não tô pra brincadeiras hoje. - respondeu, rindo.
- Mas eu não tô brincando.

Rosinha percebeu que, de fato, aquilo não era uma brincadeira e disse:

- Eu não vou me casar contigo agora, mas vamos ficar noivos. Daqui a um ano, a gente casa.

O ano passou e, como prometido, Rosa, com vinte e dois anos, casou com Luiz no dia 23 de janeiro de 1988. Fábio foi convidado e compareceu ao casamento. Foi a última vez que se viram até dezenove anos depois.

[...]

Rosa teve sua primeira filha, Janaína, em 1989 e a segunda, Andréia, dois anos depois. Separou-se de Luiz com seis anos de casada, quando Andréia tinha apenas três anos. Outros homens passaram por sua vida. Alguns foram importantes e marcaram a memória de suas filhas, outros nem chegaram a morar em sua casa. Luiz mostrou-se irresponsável desde o início e depois se mostrou um pai ausente para com as filhas. Com o tempo, mal pagava a pensão estabelecida pelo juíz e passava grandes períodos de tempo sem dar notícia. Ainda bem que Rosângela sempre foi uma mulher forte, soube criar muito bem as meninas. Luiz casou-se novamente, teve outros dois filhos. Dessa vez, dois meninos. Depois do divórcio, aconteceu a mesma coisa: pai ausente que não paga nem mesmo a pensão.

20.3.08

O Cravo e a Rosa

(Parte V - 1984)

- Fábio, aqui é Rosinha.
- Ahn, ... oi! - o jovem respondeu, surpreso.
- É... tô te ligando porque tô morrendo de vontade de sair hoje e lembrei de ti.
- Então o que tu acha da gente dar uma volta pela praia? - sugeriu Fábio.
- Pode ser - concordou Rosinha.
- Daqui a uma hora, passo aí na tua casa pra te pegar.

[...]

Assim que Rosinha entrou no carro e cumprimentou Fábio com dois beijinhos, eles começaram a conversar sobre assuntos sem muita importância como a UFMA e suas famílias, que eram conhecidas. Quando chegaram a um barzinho qualquer na litorânea, pediram duas bebidas e Fábio perguntou:

- Rosinha, tu vais me contar o que aconteceu? Não que eu não tenha gostado, mas tu me ligou assim do nada. Aconteceu alguma coisa com Maninho?

Foi a primeira e única vez que Rosinha comentou sobre a traição do ex-namorado. Tal confissão a fez derrubar apenas duas lágrimas. De raiva, não de tristeza. Depois que terminou de contar, encerrou o assunto que nunca mais foi tocado.

Ficaram no barzinho até de madrugada, quando saíram. Mas não foram para casa. Passaram a noite juntos pela primeira vez. No outro dia, Rosinha acordou em casa desnorteada, sem saber o porquê de ter feito tudo aquilo. Não era seu hábito. Apesar de passarem o dia pensando o dia um no outro, não se ligaram. Passou um dia, uma semana, um mês. Rosinha já havia deletado o episódio de sua memória. Fábio se arrependia de não ter ligado no dia seguinte.

17.3.08

O mundo conspira contra mim meeesmo

Motorista: Esses cadeados são péssimos pra abrir, né?
Eu: Verdade! O pior é que eu tô só com a chave do portão pequeno.
Motorista: Então boa sorte aí pra ti, Lu.
Eu: Tá, Verde, até amanhã.

Tudo com o que as pessoas sonham é chegar depois da escola, entrar em casa, tomar um banho bem gelado para espantar o calor e comer algo bem gostoso e quentinho. Eu já escrevi bastante aqui que chego super tarde da escola. Como se não bastasse chegar em casa uma hora depois que minha aula terminou, eu não consegui abrir o cadeado do portão da frente da minha casa. Choveu essa noite e o cadeado fica todo fresco quando pega chuva, só que eu sempre conseguia abrir com jeitinho.

Logo que eu comecei a tentar abrir o portão, o vizinho da esquerda saiu de casa e ficou ali pela rua. Depois de uns sete minutos juntando toda a minha força para abrir aquilo de uma vez, ele veio me ajudar. Digamos que ele não seja assim muito magro e ainda é alto. Não conseguiu também. O vizinho da frente estava tendo sua cerca elétrica instalada e o homem da cerca só olhando nosso fracasso. Então passou um pintor e tentou abrir. Não conseguiu também. Finalmente veio o homem da cerca do vizinho e ficou tentando. Que surpresa: ele não conseguiu! Depois do pintor ir embora, de entortarem a minha chave toda e quando o vizinho da esquerda tinha ido até a sua casa para buscar uma ferramenta para arrombar o cadeado, o homem da cerca conseguiu abrir com uma ferramenta cujo nome desconheço. Depois de ficar naquele calor de farda (que é muito quente) e suar a chapinha que fiz ontem, finalmente entrei em casa. Fiquei tão feliz que meus olhos devem ter brilhado como se eu estivesse vendo o Evaristo Costa.

Só que minha infelicidade não terminou por aí. Depois que eu queimei o feijão e estraguei uma panela semana passada (ver post retrasado), a empregada não deixou o arroz na cuscuzeira e só fez isso além de uma carne horrorosa. Tive que colocar o arroz na panela, catar a carne e a farofa do almoço de ontem na geladeira e esquentar tudo. Almoço quentinho e servido na mesa só em sonho quando se mora aqui em casa.

Resultados: Não fui a aula particular (nota-se) porque não ia adiantar nada ir para lá estressada e nem conseguir me concentrar. O pior é que eu ia fazer a unha depois da aula, estou com elas horríveis há dias. Essa semana quase toda vai ser feriado e eu não vou poder ir tirar minha carteira de estudante de novo! Não aguento mais pagar a inteira no ônibus!

14.3.08

Sobre o achatamento do mundo

Finalmente terminei de ler O Mundo é Plano: uma breve (que não é tão breve assim) história do século XXI de Thomas L. Friedman (colunista do The New York Times). No livro, o autor fala sobre a globalização e sobre o processo de achatamento do mundo. Eu queria ter lido a versão renovada que tem dois capítulos novos. A que eu li foi escrita em 2004 e algumas coisas que Friedman escreve parecem antigas por causa disso.

Bem no comecinho, o livro é meio repetitivo. No final de cada subcapítulo o autor faz uma retrospectiva como se não tivéssemos acabado de ler aquilo em algumas páginas atrás. Só que depois a velocidade com que ele trata do assunto aumenta e a leitura fica mais agradável. Recomendo-no para todos que gostem da área de humanas como eu, mas ele é interessante para todo mundo.

12.3.08

Vejam como sou esperta!

Primeira Lerdeza: Como eu disse no post passado, o resultado do vestibular da UFMA saiu na segunda-feira e, à noite, eu estava no site esperando que divulgassem a lista. Bom, apareceu uma faixinha azul “Confira o resultado...”. Nem li a frase toda e apertei o link. Só que não era o resultado final e sim o da primeira etapa. Ou seja, passei quase meia-hora achando que tinha passado (mamãe inclusive ligou para minha vó e para uma tia minha), até que minha irmã ligou e disse que não estava vendo o meu nome na lista. Foi aí que entendemos porque ninguém tinha mudado de colocação e porque os “excedentes” estavam na lista junto com os aprovados.

Segunda Lerdeza: Fui perguntar pro professor de Física I sobre uma questão do conteúdo de Física II, ele não quis se meter no assunto do outro e negou-se a tirar minha dúvida. Eu, revoltada, sem querer esperar até a tarde para tirar a dúvida com o professor da matéria, falei:
Eu: Mas, professor, se fosse uma dúvida de outro assunto... De termoquímica, você não ia me ajudar?
Professor: Olha, de termoquímica não. (Foi nessa hora que me revoltei mais)
Eu: Por que, professor? Você ia me deixar na dúvida... ?
Professor: Se fosse de termodinâmica, eu te ajudaria.

Terceira Lerdeza: Na aula de história sobre o vai-e-vem de República e Monarquia na França, o professor estava falando sobre a proclamação da segunda república francesa. É claro que eu tinha que interromper a aula e perguntar: “Quem foi que proclamou a independência da França?”

Quarta Lerdeza: Quando cheguei da escola hoje, coloquei a comida pra esquentar no fogão e vim pro computador. Com minha preguiça imensa, só fui desligar o fogo quando já tava começando a sentir aquele cheirinho de queimado. Fui lá, desliguei, almocei e me arrumei para ir ao curso. Quando estava quase pronta, saí do banheiro para procurar meu cachorro para deixá-lo logo do lado de dentro porque eu iria deixar a casa trancada. Assim que saí pro corredor, só vi fumaça na sala e na cozinha também. Corri pro fogão e percebi que não tinha desligado a boca onde estava a panela do feijão. O feijão queimou TODO. A tampa da panela até começou a ficar escura. Resultado: fui pro curso cheirando a feijão queimado e até agora meu cabelo está com esse cheiro.

10.3.08

Livrarias, vestibular e chocolates

; Hoje eu fui marocar a Veja de um amigo meu (ainda não tive vergonha na cara para fazer com que mamãe assine a revista) e descobri que a Saraiva comprou a Siciliano. Gente, como assim a última estava falindo? Eu sempre pensei que ela fosse mais poderosa que a Saraiva. Ao menos disseram que não iam fechar as lojas da Siciliano ainda. Quando me lembro daquelas DUAS no Iguatemi de Fortaleza, falto babar. Num só shopping de lá, tem DUAS. Enquanto aqui, o fim do mundo, não tem nem Siciliano nem Saraiva. Maas a reportagem também falava que a rede de livrarias passaria a atuar em novos cinco estados. Peloamor, um deles tem que ser o Maranhão. Necessitamos de uma livraria decente.

; Deu pra perceber que eu troquei de lay. Esse foi a Silv quem fez, mas só pude colocá-lo aqui com a ajuda da Gabi já que eu não sou muito esperta quando o assunto é html. Ainda preciso colocar os créditos da Silv e recolorir a caixinha do Haloscan que ainda está lilás.

; O resultado definitivo do vestibular da UFMA sai ás quatro horas. Por mais que isso não valha nada, estou ansiosa.

; Situação inusitada de hoje de manhã
Giu: Luisa, tu quer um chocolate?
Eu: Giu, eu não vou fazer o teu exercício.
Giu: Mas eu tô perguntando se tu quer um chocolate...
Eu: Giu, eu já disse que não vou fazer teu exercício ¬¬ (me estressando já)
Giu: Não, menina, tô perguntando se tu quer um chocolate porque tu vai lá comprar um pra mim e compra um pra ti também.
Eu: Ah! :X
Detalhe: Ir comprar o chocolate significa ir até o outro lado da sala e comprar da menina que vende. O que a preguiça não faz com as pessoas, hein?!

p.s.: Post com pressa porque tenho que comer e me arrumar no menor tempo possível para ir pra aula. Além de que ainda tenho que receber umas latas de terra que um homem vem deixar pra uma obra em alguma parte do quintal. Até hoje não sei bem o que eles estão (tentando) fazer.

7.3.08

Se eu pudesse escolher um lugar do mundo pra passar um dia, onde eu passaria?

Quem me fez essa pergunta foi a Gabi. Num primeiro momento, achei que nenhum lugar me atrai tanto. É claro que eu ainda quero conhecer São Paulo, o Rio, New York, Buenos Aires, Londres e, principalmente, Florianópolis, maas não há nenhum lugar com o qual eu sonhe mesmo. Só que aí eu lembrei de Cabul. Sim, me refiro a capital do Afeganistão. Aquela cidade que não pode ser considerada bonita (não por meus padrões ocidentais).

Quando o Afeganistão estava na moda, li três livros sobre o país: O Livreiro de Cabul, O Caçador de Pipas e Mulheres de Cabul. O que eu mais gostei foi, sem dúvidas, o último. Ele mostra depoimentos de mulheres afegãs que falam sobre sua vida sem e com o Talibã. Além de mostrar fotos que foram tiradas pela autora do livro (Harriet Logan). É uma leitura rápida, li o livro em uma noite.


Voltando ao assunto do lugar para passar um dia. Eu queria ir a Cabul para conhecer mulheres que lutam contra o sistema lá vigente como algumas que aparecem no livro. Eu queria conhecer as escolas clandestinas para as meninas e dar livros a elas (por mais que eu ache que não conseguiria entrar com eles no país). Em apenas um dia, eu não conseguiria mudar quase nada, eu sei. Mas eu poderia fazer algumas garotas de sete, dez ou doze anos felizes por estarem conversando com uma ocidental que não usa burca no seu país e que pode ir a escola com todo mundo sabendo. Além de que, eu injetaria mais força ainda às mulheres adultas que correm o maior risco para ensinar essas garotas.


Só espero que as filhas dessas garotas (cuja maioria não têm acesso à educação) possam ir a escolas no futuro. Sem a burca e com lenços cobrindo o cabelo só se for como adereço, de preferência.
p.s.: mando um beijo para Lucas Cunha que eu tava devendo desde o aniversário dele (há quinhentos dias já!) pelo qual ele fica me cobrando sempre. (Como se eu fosse algum tipo de celebridade e isso aqui fosse ter algum tipo de repercussão, mas tudo bem.)

5.3.08

Ela virou pop mesmo!

Soube da existência de Mallu Magalhães através da coluna que Lúcio Ribeiro escreve para a Capricho. Fiquei curiosa ao saber que uma garota um pouco mais nova que eu faz uma música tão legal que o próprio Lúcio tinha gostado. Acessei o myspace da Mallu e ouvi suas músicas. Fiquei um tanto decepcionada ao perceber que todas são em inglês. Tudo bem que o seu sotaque "britânico" foi elogiado na coluna, mas imaginei que ela fosse um pouco patriota como eu e teria ao menos uma música na nossa língua.

Depois que ouvi as músicas, deixei a menina de lado porque o som dela faz o tipo 'divertidinho' que nem Cansei de Ser Sexy, do qual já nem gosto mais (Comparação nada a ver, eu sei. Mas eu nunca disse que entendia de música). Tinha realmente esquecido de que ela existia até que ela resolveu aparecer no Altas Horas. Acho que fui a única pessoa que não assistiu ao programa já que muita gente saiu comentando depois.

Mas não foi isso que me fez perceber que ela virou pop. Quando fui ler a Capricho da quinzena passada (a da capa com o Rafinha do BBB), vi que a Coluna do Lúcio falava novamente sobre ela. "Mallu Magalhães tá ficando famosa, hein!", foi o que pensei. Até que, numa mesma noite, ouvi uma música sua na rádio e olhei uma propaganda na MTV na qual ela fala que, quando tem uma inspiração no meio da aula, faz um desenho e que o transforma em música quando chega em casa.

É, meu bem, Mallu Magalhães está em alta. Nada como a globalização.

1- Essa garota ficou famosa por causa da disponibilização das suas músicas na internet (fato que não ocorreu só com ela, todos nós sabemos). Sem contar que Lúcio Ribeiro deu uma ajudinha!
2- A música dela parece ser inspirada na de Leslie Feist (dessa eu gosto!). Só que a Feist é mil vezes melhor, óbvio.
3- Tomara que a Mallu substitua a MariMoon como VJ da MTV.

2.3.08

O Cravo e a Rosa

(Parte IV - 1984)

Apesar do fim do namoro, Fábio e Rosinha não se distanciaram completamente porque ainda moravam na Rua Raimundo Correia. Mas no ano em que completaram dezoito anos, quase não se viram, pois Fábio acabava de começar a estudar Direito e Rosinha, Ciências Contábeis. Ambos na universidade federal. Além de que Rosinha estava muito envolvida em seu namoro com Maninho e Fábio, com o handball, esporte que praticou até os vinte e três anos.

Em um dia que parecia normal, esbarraram-se na rua pela manhã e, após conversarem um pouco, anotaram o telefone um do outro. Rosinha logo esqueceu do encontro porque, naquele dia, completava um ano de namoro com Maninho, enquanto Fábio não parou de pensar na antiga namorada.

Pelo aniversário de namoro, Rosinha planejou um jantar a luz de velas no apartamento que o namorado dividia com amigos. Inclusive combinou com os mesmos para que deixassem Maninho sozinho. Ao chegar a casa, abriu a porta com a chave que conseguiu com um dos amigos dele, deixou os ingredientes para o jantar na mesa da cozinha e foi procurá-lo em seu quarto. Assim que abriu a porta do cômodo, lembrou de todos os amigos que tentaram lhe avisar de que seu namorado não era boa pessoa. Lembrou disso porque encontrou o agora ex-namorado na cama com outra.

Antes de Rosinha sair correndo, Maninho pôde ver a raiva estampada naqueles olhos verdes que antes só o olhavam com doçura. Foi a última vez que seus olhares se cruzaram.

Quando saiu do prédio, a jovem pensou em chorar, mas se controlou, sempre foi uma mulher forte. Dirigiu-se ao ponto de ônibus e, ao chegar em casa, discou o número que não saiu da sua cabeça durante todo o trajeto até lá.

- Alô, posso falar com o Fábio?