5.2.11

Meu eu vulnerável

Tem gente que mal ficou bêbada e já vai falando o nome completo, endereço, telefone e qual-rede-social-você-pode-me-encontrar. Fico comportada quando alcoolizada, minto meu curso, não digo nem a pau onde moro, alego ser mais velha do que sou, me recuso a dar qualquer forma de contato e, claro, invento outro nome. Só não posso me gabar da criatidade. Dizer que me chamo Carol depois da minha amiga falar que o nome dela era Ana?

E aí descobri meu momento de vulnerabilidade para falar tudo da minha vida: me coloca atrás de um volante, morrendo no calor maranhense e com os pés nuns pedais chatos. Malditas aulas de direção. Meu instrutor é um idiota. Não é lá muito didático e paciente, faz piadas ridículas e obviamente tem alguma ligação com Santa Catarina (parece que talvez vá trabalhar em Blumenau). Porque ultimamente não paro de conhecer gente aqui em Slz que mora em Floripa. Noutro dia, no Reviver (como chamamos o centro histórico da cidade), tinham três alunos da UFSC e um da Udesc. Vê se pode?!

Tá, o meu instrutor é do tipo de cara que, quando um cachorro passava na frente do carro, perguntava "Gosta de cachorro? Sim? Então atropela ele". Quando era uma pomba, "Gosta de pomba? Não? Então não atropela". E eis que nas primeiras aulas, quando eu ainda morria nervosa andando naquelas ruas de bairro e sofria com a perspectiva de evoluir pra avenidas, ele conseguiu arrancar várias das minhas informações pessoais. Inclusive meus dois celulares (o 98 e o 48). Mereço?

Um comentário:

Lari Reis disse...

Nervosismo. A gente faz coisas incríveis.