10.2.11

"O psicopata mora ao lado"

Taí, o livro Mentes perigosas serve pra alguma coisa: você, estudante de jornalismo, se perguntando qualé a importância desse troço que você está aprendendo (na maior parte do tempo, na tentativa e no erro). As pessoas têm interesses, a gente supre. Uma reportagem de quatro páginas supre o interesse de todo mundo que quer saber como funciona a cabeça de um psicopata. Mesmo nesses tempos em que psicopatas são tão populares quanto vampiros. Só que alguma editora resolveu empolgar a Ana Beatriz Barbosa Silva, que acabou escrevendo um dos livros menos objetivos que já li. Claro que tem coisa importante ali. A diferença entre estar e ser consciente, as histórias que mostram as ações dos psicopatas, aquele lance da parte emocional do cérebro ser menos desenvolvida e etc. Mas... ler essas informações pontuais no meio de frases de efeito que terminam com um belo ponto de exclamação? Isso vale a pena? E se o tema tivesse resultado numa reportagem e não nesse livro, teríamos ouvido mais opiniões. A autora deixa claro que tudo aquilo é o que ela acredita e eu senti muita falta de outras vozes. Até porque ela fala várias vezes que o assunto não é nenhum consenso.

É um livro ruim que, infelizmente, se vende pela capa e pelo texto da contracapa. É com vergonha que admito que fui eu quem escolheu esse livro pra dar de presente pro padrasto.

6 comentários:

Nati Pereira disse...

Toda vez que vou comprar um livro: a capa me chama atenção, leio a contracapa, folheio, leio um trechinho e se gostar compro, caso contrário, procuro outro e sigo o mesmo ritual, para nunca acontecer isso. Beijo e boa sorte na próxima compra.

Isabela Cacique disse...

Eu já comprei livro pela capa duas vezes: o "Para Francisco" da Cris Guerra (que se tornou meu livro preferido) e "Os Diários de Carrie" que não li até hoje.

Eu fico frustrada quando tenho alguma decepção com livros também :~

Anônimo disse...

Às vezes visito seu bog, apesar de não comentar. E, sem que isso pareça uma coisa doida e surreal, lembrei de você e seu blog dia desses, quando peguei o jornal-laboratório da sua turma.

Eu faço jornalismo também (quer dizer, terminei agora em dezembro)e a gente recebe os jornais de outras faculdades. Aí tinha uma matéria sobre as presidiárias grávidas e lembrei que já vi algum post sobre isso aqui.

Olha, não sou nenhuma doida não, tá... foi só uma coincidência ter o Quatro lá no departamento de comunição e uma das matérias ser sua. E aliás, parabéns pelo texto.

O jornal lá da UFS é o "Contexto", mas não sei se algum dia ele chegou a ser enviado aí para o Sul :/

Bjos

Joana disse...

Sobre psicopatas nada bate "Psicopata Americano". O livro não tem a pretensão de desvendar o mistério da mente desses assassinos, não quer ser politicamente correto e nem te deixar com medo. Ele só quer chocar ao desmembrar a sociedade norte-americana dos anos 80. É um livro, feio, sujo, que te faz vomitar... Mas, é muito, muito bom...

E até agora penso: O que faço com esse diploma de jornalismo mesmo? hahahahahaha

Kamilla Barcelos disse...

O que eu achei de pior no livro foi que ela, como uma grande estudiosa sobre os psicopatas com diz na orelha do livro, em vez de diagnosticar, ela os ataca. Sem contar que ela fez análise de muitos por reportagens de jornais, ela nem sequer os conheceu. É um livro altamente emocional e pessimamente escrito. Igual a você, a única parte que para mim valeu é sobre a explicação deles não terem emoção. Estou com você, uma reportagem teria sido mais explicativa e menos tediosa.
Fica a dica: foi ela quem esscreveu Mentes Inquietas e aquele novo livro sobre Bullying. CORRÃO!

Rúvila Magalhães disse...

É ótimo saber que é um livro ruim porque eu escolho livros por 3 critérios: capa, título e autor. E eu nunca leio a contra-capa ou a orelha com medo de saber de detalhes da história.

beijos