23.3.11

Bons brasileiros


Quinta-feira da primeira semana do semestre mais teórico até agora do meu curso. O Cachorro Grande me tirou de casa porque eu já estava de ingresso comprado e devia isso para a Luisa de 14 ou 15 anos que ouvia algumas músicas deles em loop, mesmo que só as músicas famosinhas. O local era o mesmo do Vanguart e eu só conseguia pensar que estaria infinitamente mais empolgada caso fosse observar a pinta do Hélio Flandres e o cafa do Reginaldo, aquele que traiu a Clarah Averbuck em rede nacional.

Éramos um dos poucos jovens do John Bull, todos cansados e bocejantes, tomando heineken devagarinho enquanto o show atrasava mais nosso sono. Ainda com o gosto de álcool puro da tiquira roxa e maranhense, batíamos papo e identificamos o único cara interessante da casa. Claramente porque assisti ao filme Malu de Bicicleta no domingo anterior, ele me lembrava o Luís. O Luísh. O filme é uma merda, mas esse personagem vale a pena no livro do Rubens Paiva.

Movimentação perto do palco, saquei meus óculos da bolsa e lá estava o Cachorro Grande na minha frente. Eu que achava que nunca poderia assistir a um show deles, enquanto minha amiga do interior daqui pagava cinco pilas e via o Beto Bruno de boa. Até hoje não aprendi a cantar nem Cachaça, então só observava os integrantes, o Luísh do show, como ele conhecia todas as músicas, como minha amiga só conhecia a das antigas. E aí o Beto Bruno ficou louco, sumia do palco, o guitarrista teve que fazer um solo de mais de dez minutos para cobrir uma fuga do vocalista. Sinceramente foi o grand finale, depois dela um cover que nem me lembro mais. No single mais famoso deles, esqueci meus amigos. Também não fiquei só com o Cachorro Grande. Era eu, a Luisa universitária, e a Luisa de catorze sentada à frente daquele desktop jurássico ouvindo aquela música como numa montanha-russa, até chorei algumas vezes com ela naquela época. Mas não deu tempo da Luisa mais novinha me contar por quem eu ouvia aquela música, a conexão falhou, aquela tiquira não ia deixar barato pra minha memória.

2 comentários:

Isabela Cacique disse...

Teve uma época que eu ouvia mais, mas nunca conheci muitas músicas deles. Agora estou animada porque domingo da semana que vem eu vou num show deles. Aqui em Ubers tem um evento que chama "Arte na praça" aí sempre vem esse povo tocar. Chegou a vez do cachorro grande =D

Anônimo disse...

Poxa... nunca fui num show deles. Mas iria só para cantar Sinceramente hahahahah