26.7.11

Posso não ser teu bestseller

Passei a tarde inteira pensando numa comparação. Queria poder dizer que, sei lá, pessoas são como bestsellers:  algumas te oferecem uma amizade duradoura e estão ali o tempo inteiro, como o 1808 na lista dos dez mais da Veja. Besteira.

O que eu queria dizer é que tem gente na tua vida que é só passageiro, não faz parte da equipe de comissários. É claro que ainda acredito em amizade, não são crenças opostas. Sempre achei que universidade era o lugar de encontrar os amigos de verdade. Isso porque tanto a minha madrinha quanto a da minha irmã foram colegas de ciências contábeis da minha mãe. Não que eu não desse valor às minhas amigas de escola, algumas delas têm contato comigo até hoje, mas ficava imaginando que pessoas interessantes ia conhecer na faculdade. Quando minha irmã deixou de andar com meninas que antes eram tão próximas dela no curso, sinceramente achei que o problema era com ela. Como se todo amigo fosse coisa pra se guardar debaixo de vinte e cinco chaves e todo o lenga lenga. Nem todos são. Só fui perceber isso depois que passei pela mesma situação da minha irmã. Não na hora, porque a gente sofre quanto perde convivência com as pessoas, não tem jeito. Mas depois, quando vi que as pessoas que foram embora deixaram espaço para pessoas muito melhores.

É por isso que hoje me sinto mais capaz de perceber e aceitar um relacionamento enfraquecido, seja amizade, família ou qualquer coisa do tipo. Agora sei que somos tantos eus que dá vontade até de perguntar a todos e ao taxista ou à topmodel magrela na passarela, dando uma de orkut: Ei, quem é você? Não adianta forçar relações que tudo acaba em, quizás, meros conhecidos e, depois de algum tempo, numa conversa sem mágoas numa mesa de bar junto com tantos outros conhecidos e teus amigos perdidos ali no meio.

8 comentários:

Ana Luísa disse...

Uma vez eu li um texto, não lembro onde, e nem lembro de quem, que falava sobre pessoas. O texto dizia que as pessoas tem funções nas nossas vidas, e algumas simplesmente não são pra ficar ali pra sempre. Elas aparecem, cumprem seu tempo na vida das outras, e depois some. E o texto diz que temos que aprender a lidar com isso sem mágoas, justamente porque as pessoas que já cumpriram o tempo delas contigo saem para dar lugar às novas. Agora, vai encarar isso na prática? Como eu disse no meu texto, estou bem longe de ser uma exímia praticante do desapego. Só de ver a Airen dando aula em outra sala, na mesma escola, me abraçando antes e depois da aula, eu tenho vontade de chorar. Reflita.
E eu AMEI seu comentário no meu blog! Vem mesmo guria!!!

Rúvila Magalhães disse...

Oi Luisa :)
Eu já sofri tanto por ter amizades muito fortes enfraquecendo que hoje em dia eu prefiro manter uma certa distância emocional das pessoas. Assim, converso, saio, ligo mas sei que existe ainda aquela possibilidade de quando a convivência diária acabar a amizade cai pro buraco junto. Procuro estar sempre preparada para isso, se não acontecer, lucky me.
Achei a comparação válida, viu?
beijos

Tatiana Maslova disse...

Estava exatamente falando com minha amiga sobre isso ontem. Estávamos indo pro shopping(eu estava dirigindo) e um menino passou de bicicleta na frente do meu carro do nada.
Eu disse para ela: - esse é fulaninho. Ela disse não sei se é não parece. Quando o sinal ficou vermelho nós dois paramos um do lado do outro e realmente era a pessoa que eu pensava. Então eu comentei com ela sobre o fato de conhecer-lo tão bem que eu o reconheci de costas, no escuro e com aquelas roupas nada sexy de ciclista.
Lembrei da época que ele era meu melhor amigo e como era divertido ir à casa dele, passar bons momentos na escola e comentei também como a nossa amizade mudou e apesar de ter tido bons momentos com ele não sintia falta.
Na época que começamos a nos separar foi difícil, mas hoje em dia eu desejo o bem dele e quero que ele tenha bons amigos assim como nós fomos.
Claro que se tivesse a chance eu voltaria a ser melhor amiga dele mas pessoas tem suas fases e por mais que eu não goste tenho que respeitá-las.
Adorei o texto!!Eu pensava que a universidade era coisa de outro mundo e que as amizades seriam diferentes também, não sei se foi o curso que eu escolhi, mas as coisas hoje em dia são muito distintas e nem um pouco como eu pensava - hahaha.
beijos

Steffani disse...

Achei legal a comparação que você fez entre pessoas e livros. E acho que é bem assim mesmo. Tem os que guardamos em gavetas e aqueles que guardamos em estantes, pra ter sempre à mão.
Tenho pra mim que relações são como memórias. A gente, inconscientemente, esquece de algumas, pra dar lugar a outras. É uma seleção que acaba sendo natural e necessária, por mais que no início a gente teime em não aceitar e continue forçando a barra pra lembrar/fazer tudo voltar a ser como era antes.
Li no seu "Quem sou eu" que você é maranhense e faz jornalismo na UFSC e na hora pensei "tenho que favoritar o blog dessa garota, vai ser muito útil quando chegar minha hora!" hahahah. Resumidamente, sou vestibulanda e logo menos (eu espero) isso vai me acontecer. Vou precisar mudar de ares pra ir à uma universidade também.
Muito legal seu blog, parabéns!
Beijos!

Anônimo disse...

Você falou sobre as amizades de faculdade e eu lembrei da minha época. Cheguei a andar com todos os grupos da turma, com pessoas de outros cursos, mas no fim restou apenas eu e eu mesma.

Depois veio a aula da saudade todo mundo chorando, todo mundo gente boa, prometendo saídas e tal... Mas bastou que cada um fosse se arrumando na vida, conseguindo o primeiro emprego na área, para que todos sumissem. Novamente sou eu e eu mesma.

Isadora disse...

é sempre bom estar aberta a novos relacionamentos, sejam eles amizades, coleguismo, trocas de 'bom dia'. o duro é que a vida ás vezes dá umas porradas na gente e perdemos essa vontade de acreditar nas pessoas (seja até para o "bom dia")

dai a necessidade de se preservar os verdadeiros.

Mel disse...

E quanto mais os anos passam, menos dor na consciência a gente tem, por ser mais e mais seletiva e exigente.
beijo!

*Lusinha* disse...

Admiro quem consegue "se desprender" mais facilmente. Não deixa de ser doloroso, imagino, mas algumas pessoas tem mais facilidade de aceitar essas rupturas. Eu ainda resisto, ainda não cheguei nessa leveza toda que você transpassa nessas palavras.
Bjitos!