3.7.10

Poxa, Brasil!

Assisti à estreia da seleção brasileira nessa copa num bar com os amigos. De última hora, percebemos que todos os bares do entorno da faculdade estavam apinhados de gente e mudamos de destino. Cheguei na hora do hino. Realmente não sou muito de futebol. Gosto de assistir de vez em quando, mas não grito, fico na minha. Durante a partida, percebi que a minha primeira copa fora de casa seria com os amigos do curso, quebrando o expediente das aulas ou do estágio para ir ao bar e vendo a UFSC inteira parar quando os brasileiros estavam em campo.

Minha relação com a copa da África do Sul começou mais de mês antes com o álbum de figurinhas online disponível no site da Fifa. Todos os dias, três pacotes com cinco figurinhas cada para colar no meu álbum em versão flash. Podíamos trocar as figurinhas entre os outros desocupados que também estavam participando. Do meu grupo de amigos, fui a segunda a completar o álbum. A última figurinha foi o Lúcio, do Brasil, que tanto apareceu nos nossos jogos.


No segundo jogo, acabei ficando em casa porque tinha que lavar roupa (sim!). Acabei contando sobre o terceiro no post passado. A quarta partida coincidiu com a visita de mamãe e padrasto à Floripa e vimos juntos. E, hoje, com a camiseta do Brasil comprada recentemente, dei gritinhos esperando que a nossa seleção virasse o placar no segundo tempo. Não posso dizer que fiquei mais triste do que eu esperava porque realmente não cogitei a possibilidade de sermos desclassificados pela Holanda. Esqueci do meu ódio por vuvuzelas, era muito emocionante todo o bar gritando e pedindo "Gol, gol, gol, gol... !" quando nossos jogadores corriam pelo campo do adversário. Levantei antes do árbitro terminar a partida e fui pagar a conta para evitar uma fila quilométrica no caixa do bar e antes mesmo de ser atendida, perguntei ao namorado "Acabou mesmo o jogo?" numa esperança de que ele respondesse que teríamos outra chance só porque somos o Brasil. Mas isso não existe. E, sim, acabou.

Não pude deixar de ficar ainda mais triste pela derrota na copa dos meus amigos da faculdade. Não tenho a menor ideia de onde vou estar em 2014 e nem das pessoas que vão assistir aos jogos comigo. Tudo isso porque acompanhei a saga de posts do Championship Vinyl sobre as copas do mundo que ele já viveu.

"Minha obsessão com a Copa é puramente emocional.

A cada quatro anos, existe um mês, um único mês, em que eu abandono todos os meus heróis, sejam eles dos cinemas, da música, ou dos quadrinhos, e venero somente aqueles poucos heróis (e odeio com esta mesma intensidade alguns dos vilões) que correm por aquele gramado. Entrego minha felicidade a eles e, justamente na busca por esta felicidade, choro, rio, faço promessas, tenho superstições, abraços pessoas que acabei de conhecer e grito. Grito com força, tudo aquilo que esperei quatro anos para gritar.

Ao mesmo tempo, acompanho todos os jogos, anoto resultados em tabelas, faço projeções e adivinhações, estudo escalações, táticas e revejo gols, sabendo que tive a sorte de assistir a lances que pessoas que serão lembrados daqui a muito, muito tempo.

A cada quatro anos, existe um mês, um único mês em que nada mais existe para mim
." (Trecho da introdução à saga).

E andando pra faculdade depois da eliminação, lembrei do post do Antonio Prata que li ontem. Era um relato de uma conversa pelo telefone com o pai, Mário Prata.

- Tá gostando da seleção, pai?
- Tô torcendo contra.
- Por que?!
- Meu filho, a gente vai ter que passar os próximos quatro anos vendo a Dilma ou o Serra, todo dia, no jornal e na televisão. Além disso, o Dunga?! Tem que pensar nessas coisas…

7 comentários:

Ana Luísa disse...

Ai Luisa, nem me fala. Eu fiquei assim como vc, perguntando se o jogo realmente tinha acabado, pensando se não teríamos mesmo uma segunda chance. Perguntei várias vezes, pra mim mesma: Acabou mesmo? Não é possível. Não tem possibilidade de repescagem? Mas infelizmente fiquei frustrada com as respostas. Realmente acabou, e agora são mais 4 anos esperando o hexa. E realmente o que esse cara dos posts sobre a copa disse é lindo. A gente esquece todos os outros heróis. Ontem eu estava jogando STOP e me peguei colocando nomes de jogadores na categoria famosos. Fato inédito fora de copa, hauaha.
E eu to colecionando o álbum real mesmo. Faltam umas 50 figurinhas, huauhahua.
Bjoss

Gabriela P. disse...

Foi uma sensação estranha essa esperança meio ilusória que sentimos. Acho que todos os brasileiros a sentiram.
Foi minha primeira Copa de verdade. Na de 2006 eu ainda não "participava" tanto. Foi marcante.
Daqui quatro anos não sei o que será de mim. Mas espero poder assistir a algum jogo no estádio. Dizem que a Seleção japonesa ficará na minha cidade. Será que consigo algum autógrafo? :P

Beijo, Luh!

Mônica Alves disse...

Nossa, fiquei estática no final do jogo, dava vontade de entrar lá e ficar chutando até sair alguma coisa. Agora é esperar mais 4 anos né...

Carolina disse...

Pois é, também fiquei triste. Torci, gritei e xinguei como há muito tempo não fazia nesse último jogo. Não sou muito de futebol, mas Cop do Mundo mexe com a gente, não tem jeito.
Também não faço ideia de onde estarei em 2014, mas enfim... Copa no Brasil, vai ser bem emocionante.
Beijo, Luh!

Débora disse...

Eu fiquei triste também, eu achei que a Holanda não merecia ter ganho, eu na minha humilde opinião, acho que os dois gols foram por pura sorte. Espero que na próxima seja melhor e o Brasil ganhe, e eu esteja lá no estádio com eles rs.
Ótimas as citações que você postou, adorei!
Beijos

Lusinha disse...

Foi uma pena e eu realmente fiquei muito triste. Não achava que éramos a seleção vencedora, mas não que pararíamos na Holanda.
Bjitos!

Mel disse...

hahahaha, Lú, eu não cheguei a chorar com a nossa derrota mas seu post me fez soluçar - vai entender pq. Fiquei emocionada com seus relatos sobre as pessoas reunidas no bar pedindo Gol.
Terminei o post rindo com a fala do Mário Prata. rsrsrs Muito bom!