Uma cena que me marcou não foi da trama professorinha de francês que nunca foi a Paris, mas da jovem lésbica. O motivo que a leva a terminar o relacionamento com a escritora de cabelos enrolados é que a literata andava escrevendo contos sobre a vida da namorada. Oi? Nunca entendi esse tipo de problema. Já é clichê de filme com personagens escritores. O escritor(a) anda sem inspiração, conhece alguém incrível e inspirador, daí pronto. Escreve algo, esconde e o amante dá um jeito de descobrir. Quer escrever sobre mim, amigo? Vai lá, seja feliz. Não precisa esconder, se eu for interessante, pode botar tudo no papel, eu não ficaria chateada. A vida ainda seria minha, aquele passado seria meu. De qualquer forma, ainda ia ter algum detalhe que eu teria omitido, uma sensação que vai ficar só pra mim. Ainda é minha história, única. Também pensei no relacionamento de repórter e fonte. Se todas as fontes resolvessem reclamar de serem expostas pelos jornalistas... Não faz sentido. Tudo bem que, quando conversamos com entrevistados, eles têm noção de que aquilo vai a público. Jornalista é sempre jornalista. Escritor é sempre escritor.
Pelo que eu lembro, a trilha sonora é descoladinha, mas fui uma música que eu já conhecia que chamou minha atenção. Tenho uns três cds de Feist aqui, mas os escuto aleatoriamente. Tanto que eu demorei umas duas semanas pra reconhecer a música do filme aqui no notebook, já que não quis quebrar a magia buscando no google. E foi num dia certo, mas um pouco atrasado, que a música tocou no aleatório do media player.
"I'm sorry, two words. I always think after you're gone. When I realize that I was acting all wrong. So selfish, two words that could describe old actions of mine when patience is in short suply. We don't need to say goodbye. We don't need to fight e cry. Oh we, we could hold each other tight. Tonight."
A música me encontrou num momento em que ela descrevia tudo o que eu sentia, mas que, baby, it's too late, too late, too late for love. Quando consegui chorar, foi ao som de Feist. E lembrei da Emily Blunt que também chorava o casamento infeliz. Nossas histórias acabaram diferentes.
Para ouvir: So sorry - Feist.
6 comentários:
Eu também nunca entendi essa pira de não querer ser a inspiração. Taí uma coisa que eu adoraria ser para alguém...
Ei Luísa!
Eu também nunca li um livro de Jane Austin, mas tenho muita vontade, só preciso me organizar nas leituras, hahaa.
E eu também não me incomodaria nem um pouco em ser inspiração de alguém ;)
Beijos
Eu também nunca li nada da Jane Austen, mas já assisti a filmes inspirados nos livros dela. Ainda quero lê-la.
Concordo com você, quem quiser me usar de inspiração, mãos a obra! Além disso, eu uso frequentemente inspirações vivas!
Também nunca li Jane Austen e nem participei de um clube do livro. Aliás, vou morrer sem ler tudo o que quero, FATO.
E sabe, sobre esse lance de escrever sobre minha vida, acho que me incomodaria. Sei lá, sou reservada demais. Não que tenha algo de extraordinário aqui pra ser jogado aos sete ventos, mas seu lá... se for rpa contar, que seja eu mesma. Heh
Beijo, Luh.
Lú,
Tem gente que não se sente à vontade, mesmo, em ver sua história recriada. Acho que isso tem a ver com conflitos que a pessoa tem com ela mesma... coisas mal resolvidas, etc. Eu tenho a sorte de ter amigos que têm a mente aberta como você tem: tudo bem que até hoje não publiquei nada, mas tenho diversas histórias baseadas em fatos reais. Numa delas sequer mudei o nome do personagem.
De Jane Austen só conheço "Orgulho e Preconceito", que li e depois vi o filme. Amei ambos. Depois não tive paciência de ler o segundo... a temática é enjoadinha demais pra mim... casamentos, sociedade, etc.
mas recomendo os dois!
beijos!
adorei o texto (:
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