30.12.07

Macapá

Amanhã deixo esta terra que não tem Mc Donald´s e muito menos avenidas com meio-fio. Sabe, a viagem não foi nem um pouco ruim. Fazer nada é sempre bom e, aqui, pude perceber que eu reclamo de boca cheia quando falo da minha cidade.

Gostei das pessoas daqui, a maioria se mostrou simpática e tudo mais. Eu gosto de sotaques. Acho muito bonitinho os macapaenses puxando o S e falando "galhinha" e "lhindo".

Um dia passei pelo Amazonas e perguntei "Esse é o Amazonas, né?". Sabe, eu tava tão acostumada com a litorânea de São Luís.

Descobri que a minha tia, antes considerada a mais sem graça, é uma das que mais tem a ver comigo e compartilha comigo o gosto pela leitura.

Li cinco livros aqui. Os melhores foram O Menino do Pijama Listrado e O Perfume.

Ah, descobri uma coisa boa. Aqui, ao contrário de São Luís, tem mais homens bonitos que mulheres bonitas.

Aqui tem umas coisinhas boas. Um dos três remanescentes de quilombolas e a fortaleza mais preservada do Brasil. É só pra quem pode, benhê.

Nunca mais voltarei aqui na minha vida. Minha família não morará mais aqui daqui a uns anos. Então é realmente provável que eu não venha mais aqui. E digo. É muito estranho conhecer pessoas e conviver com algumas delas sabendo que (talvez) você nunca mais as verá na vida. Estranho, muito estranho. E essas frases aleatórias? Mais estranhas ainda.

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