15.8.09

Jamaica, man



Devido a todos esses problemas de voos atrasados, perda do primeiro dia de aula, correria da vida universitária, acabei não fazendo todos aqueles textos sobre a Jamaica e, bem, vou tentar reunir os pontos principais nesse post.

Comida: Jamaicanos são muito chegados numa pimenta. Mamãe me avisou que os pratos locais eram realmente apimentados, ela passou mal nas primeiras vezes que comeu algo típico. Fugi de tudo que tinha (imagine aqui ler o adjetivo usado lá nos pratos apimentados, esqueci qual é) no nome. Até que no aeroporto, no dia da volta, resolvi experimentar um "Pattie", parecido com um pastel. O recheio, de carne, tinha tanta mas tanta pimenta que tinha que beber um gole de Coca a cada mordida. O que também tem bastante por lá é banana. Tem tudo feito com essa fruta, até cheeps. Isso porque foi a cultura que começou a substituir as plantações de cana-de-açúçar.
Turismo: Não, a Jamaica não se resume a praias belíssimas. Falando nisso, sabia que as praias são, em sua maioria, privadas? São propriedades de resorts, cercadas por muros. As que não fazem parte de um hotel, têm uma entrada onde você paga o ingresso. Claro que existem praias públicas, mas são raridade e os frequentadores são uma muvuca pior do que qualquer uma que você já viu na vida (palavras da minha mãe). As cidades turísticas (Ocho Rios, Port Antonio, Montego Bay, Negril) ficam todas no norte da Ilha e a capital, Kingston, no sul. Fui a Ocho Rios e Port Antonio e tive que enfrentar uma estrada péssima, curvas muito fechadas nas montanhas, um horror. Demoramos umas três horas pra ir de sul a norte na Jamaica, que é minúscula. Enfim, as praias, particulares, valem à pena e aquele país tem muita história para contar. A cidade de Port Royal merece um post só pra ela (em breve!).
Clima: Ô terra quente. Saí do inverno em Floripa, média de uns 13 graus, pra pegar mínima de 30 em Kingston. Sensação térmica por volta de 40 graus não é raridade lá. A cidade fica no litoral, tem muito vento (todas as árvores são curvadas), mas o ar do vento é muito quente. A brisa vem direto do inferno, sério. A região é frequentemente atingida por tempestades, ciclones, furações, todos os desastres naturais possíveis. Já teve até cidade destruída por tsunami (aquela Port Royal que merece um outro post). Mamãe morre de medo de ter furacão enquanto ela está morando lá e acompanha um site que monitora o movimento dos ciclones, etc.
Nativos: 99,99% da população é realmente negra. Os únicos brancos que eu via na rua, eram na verdade amarelos. Tem bastante descendente de oriental por lá. Só via brancos (todos turistas) em resorts, hotéis e restaurantes mais voltados pra estrangeiros. As mulheres abusam nos penteados e muitas usam perucas. Elas vestem roupas muito extravagantes - até as gordinhas. Pelo que percebi, a ditatura da magreza é lenda na Jamaica. Ainda bem. O mundo ainda não está todo perdido. Vi bastantes seguidores do rastafari, com todo aquele estilo Bob Marley de ser. A maioria das pessoas que ficavam no sinal, vendiam pitomba (que é um pouco diferente da brasileira). Reparei em vários negões bonitos. O povo é muito carismático! Brasileiro não é hospitaleiro coisa nenhuma, jamaicano que o é! Todos eram muito simpáticos tirando algumas caixas de lanchonetes que não tinham muita paciência pro nosso inglês pobre (como se eles não tivessem um sotaque carregadíssimo...).
Violência: Em Kingston, o sistema público de transporte é muito precário e não atende a todos os bairros. Por isso, a população usa meios alternativos como as vans e táxis compartilhados. Todos super lotados, é claro. Quando nesses táxis, o último passageiro era mulher, os motoristas se aproveitavam e as estupravam. Sim, estupros são bem mais comuns lá. Mamãe viu vários casos no jornal assim que ela se mudou pra lá, pense na preocupação dela... Não é recomendável aos turistas que andem na rua ou peguem táxi. Mamãe não se sente bem nem saindo sozinha de carro à noite.
Uma última consideração: A Jamaica foi colonizada pelos ingleses e os espanhóis, mas atualmente eles importam tudo dos Estados Unidos. Os supermercados são abarrotados de produtos americanos. Vemos franquias americanas em cada esquina. É um pedacinho da terra do Obama no Caribe.

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