17.4.11

O voo me perdeu

Quando avisei ao pessoal que iria fazer a visita-relâmpago aos meus pais, recebi tanto "Não vai perder o voo" como conselho que o meu voo acabou me perdendo. Já vivi muita aventura em aeroporto, mas essa foi nova. Meu itinerário era Floripa - Curitiba - Brasília - São Luís. Com o aeroporto de Curitiba fechado, me colocaram num voo pra Guarulhos e me garantiram que o voo Guarulhos-Brasília chegaria a tempo do trecho para o Maranhão. Até porque deixei bem claro que se não chegasse ainda no sábado, 9, desistiria da viagem e ia pedir o dinheiro de volta. Na correria, aceitei o cartão de embarque, comi e voei pra São Paulo.

Tudo correu bem até o pouso em Brasília. Já tava comemorando internamente que só faltava mais um trecho, algumas cochiladas e estaria desembarcando em São Luís. Mas aí o avião tocou o solo, a chefe de cabine foi dar um dos últimos comunicados e falou a hora local. 12h50. E, finalmente, caiu a ficha: "Não era esse o horário que eu SAIRIA de Brasília?". Fui checar o cartão de embarque. Meu voo chegava no aeroporto JK às 12h59, o outro partia às 12h50. Maravilha, mas pensei com meus botões que meu nome estaria entre os passageiros e que chamariam a senhora Luisa Pinheiro nos alto-falantes em eterno looping até que eu encontrasse algum comissário de chão. Só que não.

Desembarque remoto. O portão dava para um daqueles corredores compridos, nenhum comissário, Luisa correndo, embarque fechado (óbvio), ninguém me esperando, um comissário da Gol que não poderia me ajudar e que queria me levar para a administração da Companhia no térreo, área de check-in. Eu não entendia porque ele não mandava o avião para o pátio e me colocava lá dentro. Porque, afinal, meu cartão de embarque dizia que eu pegaria aquele voo.

Chegamos na administração e ainda tive que esperar uns bons quinze minutos até que alguém apareceu para "resolver" o meu problema. Claramente até essa pessoa chegar o avião já tinha decolado, se duvidar já tinha saído de Goiás (não). Muito choro depois, me avisam que meu trecho Brasília-São Luís havia sido trocado do voo das 12h50 para o da noite, às 21h45 sem meu conhecimento e muito menos a minha permissão. A mulher na sua maior inocência falando que ia tentar um voo mais cedo, que ia procurar até na TAM. Amiga, olha pra minha cara, olha quantas vezes eu já fiz essa viagem, o voo mais cedo só sai no final da noite. E só me faz chegar em casa no outro dia. Ou seja, depois que o aniversário do meu pai já teria passado.

Tinha duas opções: voltar para Floripa e remarcar a viagem para outra data ou continuar indo até São Luís. Eu queria ter mais uma: explodir a cabeça da atendente que fez o meu check-in em Floripa e de toda a Gol que, percebendo que meu problema era erro deles, não me colocaram naquele avião que me levaria pra casa até 15h30. Escolhi continuar a viagem e remarquei a volta de segunda pra terça. Não era meia-diária num hotel três estrelas e duas refeições que iriam acabar com todo o desgaste psicológico que eu consegui com esse incidente e não acabaram mesmo. Apesar de ter papai ter adorado a visita (e chorado muito quando minha irmã finalmente contou para ele, na noitinha de sábado), sem dúvidas que esse início acabou com minha animação, a visita não foi nem um pouco como eu esperava, me decepcionei e acabei voltando pra cá bem triste.

Escrevendo sobre o assunto, me arrependo ainda mais de não ter feito denúncia no Procon. Olha, depois dessa, eu merecia um ano voando de graça pela Gol. Se bem que não me atrevo a entrar num avião deles tão cedo. Ah se o maior problema dessa companhia fossem as barrinhas de cereal e os biscoitinhos cream-cracker...

Fica o conselho para que ninguém passe por uma situação parecida com a minha: não dá pra confiar em atendentes, chequemos nós mesmos se nossas conexões são possíveis. Porque, né, this is the brazilian way of flying. Nunca esqueço do comissário em Miami reclamando dos cartões de embarque daqui e dizendo "This is the american way of flying" quando entregou o cartão americano, em papel durinho.

5 comentários:

Alice Voll disse...

rapaz, que confusão danada!

Luiza disse...

Caramba, Luh, companhias aéreas e aeroportos são seu carma, hein!? Vc devia fazer um TCC sobre isso! haha :P

Que pena que a viagem não foi exatamente como vc queria...é muita decepcionante quando a gente planeja algo e este não dá certo por culpa de terceiros...

Ana Luísa disse...

Noooossa Luh, isso foi realmente o fim da picada. Voar de avião no Brasil é uma coisa definitivamente estressante. Mas você devia mesmo ter ido no Procom e descido o cacete. Não dá mais tempo?
Beijos!

Isabela Cacique disse...

Acho que eu ia morrer de chorar e não saberia resolver o problema, sério. Mês que vem vai ser a primeira vez que vou viajar de avião sozinha.. ainda bem que não tem escala nem nada.. porque se tivesse, era capaz de eu me perder e ir parar em uma cidadezinha do rio grande do sul.

quando eu for pra floripa, vou fazer escala em são paulo. OREMOS pra eu não perder voo! (isso SE eu for praí mesmo...)

e acho que ce devia ter processado.. principalmente pq vc voa muito :P descontinhos, oi. hihi

beijos!

Rúvila Magalhães disse...

Olha, que barra!
Nunca passei por uma situação dessas mas aposto que eu só teria ficado nervosa e nem saberia resolver.
Acho que se você só mencionasse o nome Procon eles já viriam cheios de cortesia e descontos.

beijos