13.6.08

Depois da aula de geografia

- Ei, espera... Tu sentes isso?

- O que?

- Eu quero saber se tu sentes o mesmo que eu quando a gente tá sozinho. Agora, por exemplo... Quero saber se quando eu te chamei tu ficaste um tanto nervoso, se tu sentes uma necessidade de falar comigo... Porque tu és calado demais e eu acho um desperdício tu conversar com outras pessoas ao invés de mim... Aham, é ciúmes, eu sei. Mas eu não queria sentir isso, queria não ter que arranjar uma desculpa pra ficar perto de ti. Porque eu estudo física o tempo todo, meio que procurando questões nas quais eu sinta dúvida para que eu possa pedir ajuda pra ti. E, sabe, eu fico o tempo todo esperando uma oportunidade pra burlar o mapeamento e sentar do teu lado. Uma carteira perto da tua não fica nem 5 segundos vazia e eu já me mudei pra lá com a desculpa de que é mais perto do quadro. O pior é que eu nem sei ao certo o que tu tens que mexe tanto comigo, meninozinho. Esse teu nariz enorme, teu cabelo despenteado, tuas entradas que deixam claro que tu vais ficar careca assim como o teu pai foi, a tua barba crescida que te deixa com cara de presidiário, a tua barba feita que te deixa com cara de guri, esse teu jeito bruto de quem mostra que joga tênis só pra descontar a raiva naquela bolinha, se é que eu não tenho razão... Enfim, tu me mostrou que nenhum sonho é maior que o outro e me ensinou a superar alguns dos meus preconceitos... Por falar em preconceitos, adoro o jeito que tu me derrota nas palavras mesmo que eu não goste de perder e sinta vontade de te dar uns beliscões. Sabe, quando eu sento perto de ti e nossos braços se encostam, eu sinto umas mil bailarinas saltitando no meu estômago e fico morta de vontade de te abraçar. Sabia que a gente nunca se abraçou na vida? Nem nos nossos aniversários... E eu não sei como é que eu vou passar esse mês de "férias" sem te ver umas 40 horas por semana...

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