19.4.08

O Cravo e a Rosa

(Parte VII)

Lucimar era uma jovem daquelas que animam o grupo em qualquer momento. Seu jeito dedicado, alegre e espontâneo fazia com que sua aparência não tão agradável quase passasse despercebida. Assim como a maioria das maranhenses, tem os olhos e o cabelo escuros. Mas o rosto assimétrico com o nariz e as orelhas maiores do que deveriam acabavam com sua possível beleza.

Apesar do gosto pela cultura nordestina, principalmente por shows de forró e axé, Lucimar mostrou-se disposta a abdicar de tudo isso quando começou a namorar Fábio devido à repulsão que ele sentia por esses ritmos. A jovem adorava quando o namorado falava sobre música clássica ou poesia e era isso o que fazia com que o namoro deles desse tão certo. Quando começava a falar, era difícil quem o fazia parar suas longas aulas sobre os assuntos de que gostava.

Assim como Rosinha, Fábio se casou ainda na faculdade. E, antes de se formar em direito, nasceu seu primeiro filho, Filipe, no mesmo ano que a antiga namoradinha teve Janaína. Cinco anos depois, quando Lucimar deu à luz uma menina chamada Helena, o casal já não morava em São Luís, mas em Imperatriz, para onde Fábio havia sido transferido após passar em um concurso público.

Os cônjugues viveram tranqüilamente até que Fábio decidiu realizar um de seus sonhos: fazer doutorado na Espanha. Ele viajou primeiro e a família iria ao seu encontro em seguida.

- Eu não vou mais – foi o que Lucimar disse a seu marido na véspera da suposta viagem que faria.

Tentando salvar seu casamento, Fábio voltou ao Brasil antes do previsto. Mas essa volta antecipada só trouxe à tona péssimas informações: uma traição da esposa, por exemplo.

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