Em 1994, papai já não morava aqui em casa. Eu tinha 3 anos. Minha irmã, 5. Foram uns sete anos de casamento. Minha mãe me disse que teve medo de que papai pedisse a guarda da gente.
Tirando minha lembrança inventada (quando eu bati a cabeça na quina de uma escada eu estava numa pizzaria com ele), a mais antiga é a do casamento do meu pai com minha ex-madrasta. Eu e minha irmã fomos daminhas. Lembro também de muito tempo depois disso. Eu e minha irmã na sala, comentei: "Faz um tempão que papai não liga pra gente, né?". Eu não tinha mais que 10 anos.
Durante um certo tempo, tivemos algum relacionamento. Passei uns finais de semana com ele antes e depois dos meus irmãos nascerem (são dois). Só que meu pai e essa minha madrasta se separaram há um ou dois anos. Foi uma separação conturbada. Agora ele mora no interior com uma mulher que é pouco mais velha que minha irmã.
Quando eu quis, ele não esteve próximo. Quando ele resolveu correr atrás do prejuízo, já era tarde demais. Por isso, sou tão ligada na minha mãe. É ela quem conhece meus gostos, que sabe desde o início que eu quero fazer Jornalismo em SC, que me contou que o vestibular já tinha sido marcado, etc, etc. Meu pai nem sabe ainda que eu passei em 1° lugar (na primeira etapa) para Pedagogia na UEMA. E não, eu não quero cursar. Só escolhi esse curso porque as específicas (português e história) são iguais às de jornalismo na UFMA.
Enfim, não é que eu não goste do meu pai. Sinto um carinho por ele, é claro. Afinal, ele é meu pai e temos o mesmo nariz, o mesmo sinal na ponta do nariz e o mesmo formato do rosto. Mas não temos intimidade e muito menos assunto.
- Alô, filha?
- Oi pai.
- Como você tá?
- Tô bem e você?
- Tô bem também. Alguma novidade?
- Não, pai. Tô só estudando...
- Mas, então, filha, você tá bem?
Por essas e outras que eu digo, antecipadamente:
Feliz dia dos pais, Mãe.
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