28.8.08

Na escola

Ontem tu me disseste que eu sou uma pessoa solitária. Mudei de assunto, naquela hora não soube o que dizer. Mas depois de pensar sobre isso, "descobri" que não sou solitária coisa nenhuma. Na verdade, eu andava tão tensa e mau-humorada que a única pessoa com quem eu aguentei conversar naquele dia foi você. E o pior é que às vezes (não agora) eu me sinto ao menos um pouco importante na sua vida. Talvez a importância que você atribui às pessoas não seja a mesma atribuída por mim.

Enfim, o que eu queria dizer é que eu me sinto solitária agora. Você e minhas amigas me viram saindo, eu sei que viram. Talvez elas tenham pensado que eu saí por raiva e, por isso, não vieram ver se eu estava bem. Mas, por incrível que pareça, esse não é o único sentimento que existe em mim. Eu sou sensível. Também posso ficar triste. E nem sinto vontade de ficar só o tempo todo.

Alguém entrou na sala. Era um cara. Alto. Tive a esperança de que fosse você. Mas não era. Viu? Também posso ser iludida. E nem perco as esperanças de que você entre por essa porta e me dê um abraço e um chocolate.

[...]
Sozinha, na sala, de novo. Imagino se você pensa em mim nesse instante. Ou está completamente absorto na palestra?

p.s.: Desde ontem de manhã, a escola fez propaganda sobre uma palestra que teríamos hoje. Só que ninguém avisou que seria sobre o ENEM. Escrevi isso depois de sair da sala e chorar um bucado.

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