13.12.10

Sentimental heart

Demorei pra assistir Harry Potter and the Deathly Hallows porque aparentemente fiz amigos que não curtem o Dan Radcliffe com uma cicatriz torta na testa e decidi que veria hoje, provavelmente pra fugir do pseudo-temporal que caía em Floripa. Sabia que meu guarda-chuva de nove reais não chegaria vivo em casa com todo aquele vento. Foi meu segundo momento da vida sozinha no cinema (o primeiro foi em Jean Charles) e essa experiência só fica melhor. Ri alto, quase chorei milhares de vezes e passei várias cenas com as mãos tapando a boca bem desesperada. Melhor estar sozinha mesmo. Era eu e meus amigos de infância Harry, Ron e Hermione. Eu e J. K. Rowling, a primeira das muitas mulheres que admirei na vida, conversando através de seus livros.


Desculpa Dan Radcliffe (mesmo com barba por fazer em várias cenas e tirando a roupa pra mergulhar no lago congelado), Gui Weasley (que finalmente deu as caras para as fãs e, amigo, vem cá que a Fleur/namoradinha santa do Chuck Bass não tem graça nenhuma perto desse charme nordestino) e Gêmeos, mas o queridinho do filme é o Dobby. Foi com ele que eu dei as risadas mais gostosas e que eu cheguei mais perto de chorar. O bom de assistir ao filme depois de tanto tempo depois de ler o livro é que eu me esqueço de vários detalhes da história (Dobby salva todo mundo e morre em seguida? Mesmo? Maldita Belatrix, as always), mas ela tá ali na minha memória e vai se soltando no meu cérebro aos poucos. É bom também ficar revivendo as histórias passadas, lembrando do medo de aranha do Ron antes dele destruir aquela horcrux, reparando nos sapatos do Dobby para lembrar de quando ele virou um elfo livre, saber a maioria dos feitiços, sem contar aquele pomo de ouro que fica me fazendo voltar ao começo da história o tempo inteiro. 

A dancinha do Harry com a Hermione ganhou meu coração. Foi o momento mais sentimental heart. Já fui convencida pela própria J.K. que Mione e Ron formam o par perfeito (e a Gina estar mais mulher nesse filme nos faz deixá-la ficar com o Harry), mas meu sonho sempre, sempre foi ver o casal Harry/Hermione. Aquela dança bastou pelo menos pra mim, tive meu desejo realizado pelo menos por uns 40 segundos. 

O filme terminou num momento bem propício porque deixou a morte do Dobby com o peso que merecia e não deixou nada tão mal-resolvido assim. Desci as escadas rápido incentivada pelos companheiros de fileira e fiquei completamente perdida. Corri pra Saraiva, não achei os Harry Potter na seção infanto-juvenil (where the hell eles estão? Percebi também que Mario Vargas Llosa já voltou pra estante de baixo) e tive que recorrer ao livro 7 em inglês que eu sempre vejo na seção dos estrangeiros. Li umas frases aleatórias até me acalmar, coisa que só aconteceu aqui perto de casa, ouvindo Bob Dylan ou Regina Spektor. Tenso foi subir as escadas de casa ouvindo Hero. Faltou só se materializar uma tela mostrando my expectations e my reality. Não adianta, nem depois de um filme que mexeu comigo como esse Harry Potter eu esqueço de 500 days.

Um comentário:

Rúvila Magalhães disse...

O Dobby ganhou o filme mesmo, concordo com tudo dito aqui. Eu chorei com a morte do Dobby nas duas vezes que vi: uma com as amigas que riram da minha cara e outra com o namorado que disse que eu tenho 10 anos hahaha.
Harry, Rony e a Hermione são os melhores amigos de muita gente!!!

beijos