1.5.08

O Cravo e a Rosa

(Parte VIII – 2007)

- Dona Rosângela, a senhora recebeu flores – falou a empregada, entregando o buquê à patroa.
Rosinha sorriu para aquelas rosas cor-de-rosa e foi logo abordada pelas filhas:
- Mãe, quem te mandou essas flores?
- Vocês se lembram que eu falei que eu reencontrei aquele meu amigo, o Fábio? ...

Poucos dias antes, Rosinha começou um pequeno curso sobre legislação no trânsito, pois havia completado quarenta e um anos e precisava renovar sua carteira de motorista. O que ela não imaginava é que reencontraria naquelas aulas sua amiga, e ex-cunhada, da Rua Raimundo Correia. Melissa contou para a amiga que Fábio, seu irmão, estava na cidade e os antigos namorados se reencontraram no dia em que ele foi buscar a irmã no curso.

Na mesma noite, saíram para jantar. Foram a um bar na avenida litorânea. Fábio estava se separando de Lucimar e precisava de um ombro amigo. Rosinha estava numa fase de aproveitar a vida, saía para dançar toda sexta-feira e ainda se recuperava do fim de um relacionamento longo que não acabou de maneira amigável. O reencontro não poderia ter acontecido em melhor hora. E, para melhorar ainda mais a ocasião, uma das primeiras coisas que ele fez ao chegarem ao bar foi recitar:

- De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento (...).

Sim, era o Soneto da Fidelidade de Vinícius de Moraes. Aquele soneto que estava no cartão que Rosinha deu a Fábio no primeiro dia dos namorados que passaram juntos.

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