24.2.08

O Cravo e a Rosa

(Parte III - 1980)

Apesar da pouca altura, Fábio era um excelente jogador de handball e estava no time principal do seu colégio. Ele e Rosinha já namoravam há dois anos e haviam chegado àquela fase na qual meninas estão mais maduras que os meninos.

Rosinha sempre assistia aos jogos de Fábio. Constantemente ia a estádios depois da aula para torcer por seu namorado. Então é claro que a menina estava lá quando ele disputava um importante jogo para o JEM's. Só que o time dele acabou perdendo e, assim que ele saiu da quadra, Rosinha correu até ele para confortá-lo.

- Fábio, vocês perderam esse jogo, mas no próximo vocês podem recuperar... - Rosinha disse quando chegou perto do namorado.
- Rosinha... me deixa - foi o que Fábio disse sem nem olhar para a menina de quem tanto gostava.

Em seguida, ele se virou e caminhou até o vestiário. Rosinha permaneceu no mesmo lugar, na mesma posição. Ela, que estava preocupada de verdade e que tentara amenizar a raiva que o menino sentia, havia sido rejeitada de tal forma que nunca esqueceria desse episódio.

A minúscula frase que Fábio falou foi o principal motivo que fez Rosinha terminar o namoro alguns dias depois. Coisa ruim sempre atrai coisa ruim e, depois dessa, foram surgindo várias outras razões para o fim do relacionamento deles.

Passado algum tempo, Fábio descobriu que Rosinha estava namorando com outro Fábio. Um Fábio que tinha dezessete anos. O pequeno Fábio, que tinha a mesma idade que Rosinha, catorze anos, sentiu-se completamente traído e lembraria disso com desgosto para sempre.

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