Hoje na hora do almoço, reparei num potão cheio de castanha de caju. Lembrei das viagens de carro pelo Nordeste que eu fazia com a família. A gente saía de São Luís bem cedo e eu dormia até umas 10 ou 11 horas, quando estávamos entrando no Piauí. Alguns (muitos) quilômetros depois de Teresina, começavam a aparecer os moleques vendendo castanha de caju em saquinhos. Parávamos o carro, mamãe negociava com eles. Era mamãe barganhando de um lado e os moleques a chamando de tia do outro. Comprávamos uns três, quatro ou cinco saquinhos de castanha. Eu era a que mais comia, claro. E nem precisa dizer que eles não duravam muito. Por isso que, pra mim, as estradas nordestinas tem cheiro e gosto de castanha. Daquelas bem torradinhas.
Voltando ao potão de castanha da cozinha. Perguntei onde a dona do pensionato tinha comprado. Ela disse que ganhou da mãe da Alice, baiana que mora aqui. Desconfiei desde o início. Aquelas castanhas tinham uma cara de Nordeste. A dona do pensionato me deu um pouco, comi de sobremesa e o resto do meu dia foi bem mais feliz.
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