4.5.09

No almoço

Hoje eu fui almoçar num self-service muito bom (e barato) perto da UFSC. Como sempre, as mesas estavam todas ocupadas e eu pedi para sentar com um rapaz que tinha cara de calado. Antes que eu chegasse a metade do meu prato, o rapaz começou a conversar comigo. Era um estudante de Engenharia Elétrica quase se formando. A maior parte da nossa conversa girou em torno de... verduras.
Ele disse que gostava bastante daquele restaurante porque tinha muita opção de salada. Realmente tem e eu fico super sem graça quando vejo aqueles doidos lotando seus pratos de coisas verdes (e nojentas) enquando o meu fica - literalmente - vazio. Enfim, eu disse que não suportava comer essas coisas saudáveis. 
- Sabe por que as crianças não gostam de comer verduras?
- Porque elas têm cara feia?
- Não, porque o gosto azedo remete a tóxicos e o corpo humano reage instintivamente criando repulsa a esses alimentos. Então eu comecei a pensar que aquele gosto azedo tava trazendo inúmeros benefícios para o meu organismo. Tirei um dia para sentir o gosto da rúcula e pensando o tempo todo nos nutrientes. Passei horas saboreando aquele gostinho da rúcula. No outro dia, comi um pedaço de frango e, enquanto sentia o gosto da gordura, pensava em tudo de ruim que ela ia trazer pra mim. Logo depois de comer, queria colocar uma bala na boca, não aguentava mais aquele gosto de gordura. E foi assim que eu aprendi a gostar de salada.
Tenho até medo dos próximos desconhecidos que vão puxar papo comigo.

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