Sou do tipo que recusa convites. Vamos ao supermercado? Errr, não agora. Antes eu tinha meus motivos. Todo minuto em casa era precioso para estudar. Hoje não tenho mais desculpas. Lenilda, amiga de mamãe que me recebeu em Florianópolis, perguntou se eu não estava com vontade de conhecer a praia que tem aqui em frente. Ela tinha acabado de pegar as filhas na escola e disse que o anoitecer estava lindo. Bem, o que tinha eu a perder? Tomei um banho rápido, coloquei a tiara no cabelo, a câmera no bolso e fui. É pertinho, nem cinco minutos de caminhada.
Passei por umas dunas, achei o mar. Azul que nem o céu. Tudo tão azul que até o relevo lá longe ficava dessa cor. Senti o vento frio nos braços. As ondas eram fortes. O mar daqui realmente é bravo. A vontade que eu tinha era de sentar na areia, olhar a água indo-e-vindo naquele código que Lindolf Bell tentou reproduzir em suas poesias. A praia era praticamente deserta. Algumas pessoas caminhando bem longe. O lugar era lindo, não havia dúvidas. Mas faltava algo... Não demorei a identificar. Tu não estavas ali comigo. Não fora dos meus pensamentos.
Do que adianta ter o cenário mais bonito sem te ter ao meu lado? A saudade dói, não sou a primeira pessoa a constatar isso, eu sei. Mas é a primeira vez que encaro uma situação dessas. Faz exatamente uma semana que demos nosso último beijo, nosso último abraço, que tu me chamaste de boba pessoalmente e que conversamos lado a lado. Ainda temos mais cinco dias distantes um do outro. 3 448 quilômetros para ser mais exata. Tu me deixas boba. Uma vestibulanda apaixonada e boba.
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